Categoria: ‘Reflexões’

“Bullying” para acabar com “bullying”?

23 de outubro, 2012

Na semana passada, cheguei na sala de estar e encontrei minha sogra Valderez cochilando diante da TV. Estava ligada na série Malhação, dirigida a adolescentes. Na tela, um senhor aparentemente gay humilhava os rapazes de um colégio dentro de um ambiente que parecia ser um ginásio. A princípio, achei que era aula de educação física. Com rosto e gestos de desprezo, estava obviamente atacando aqueles que queriam ser “machistas”. Forçou-os a colocarem saias de balé. Enquanto isto, discursava, de maneira irritada e desafiadora, contra “preconceito”. Fiquei estarrecida com a cena mais gritante de bullying por um professor que já vi na vida. E olhe que tive alguns professores craques em humilhar seus alunos psicologicamente! Pensei—será que ninguém enxerga que isto é bullying?!

Hoje fui p’ra Internet para saber mais sobre o assunto e para ver se alguém mais teve esta mesma reação sobre aquele programa. Não passei muito tempo procurando, mas apenas encontrei repetecos daquilo que a Globo escreveu sobre o assunto. (Podem ler no fim deste comentário). Descobri que o professor era um diretor de teatro convidado para a Semana Literária do Colégio Quadrante e que o programa todo foi construído CONTRA o bullying. Parece que quando é por uma causa politicamente correta, professor não apenas pode deixar a literatura para trás, mas pode pegar uma turma para agredir verbalmente e humilhar à vontade. Será que pode mesmo? Pais, pensem! Qual a opção de comportamento que sobraria para o filho de uma família crente se ele estivesse inserido naquele ambiente criado pela Globo?

Eu não vi o que veio antes, nem o que aconteceu depois. Não estou dizendo que os meninos “hétero” fizeram coisa boa. Mas afirmo que VIVEMOS NUM MUNDO ONDE AS PESSOAS ACABAM LEGITIMANDO AQUILO QUE CONDENAM, EM PROL DAS CAUSAS QUE APROVAM. O que aquele professor fez para tentar corrigir aquilo que percebia como erro também foi bullying. Ele usou sua posição e autoridade para intimidar e manipular seus alunos psicologicamente a fazer algo contra a sua vontade e, mais ainda, talvez contra a sua consciência.

Temo que, mais e mais, os nossos filhos e netos serão sujeitos a isto nas escolas seculares que pretendem promover ações contra “preconceito”. Declaro que humilhar é errado em qualquer contexto.
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http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/Vem-por-ai/noticia/2012/10/contra-o-preconceito-excelsior-da-aulas-de-bale-para-turma-do-2-ano.html
Contra o preconceito, Excelsior dá aulas de balé para turma do 2º ano
Professor de teatro não gostou de brincadeira de mau gosto de Orelha
19/10/12 às 15h42
Com Marcela, Excelsior prepara uma aula de balé
Zé Excelsior (Luís Salém) não quer saber de bullying no Colégio Quadrante. Depois de Orelha (David Lucas) zoar Rafa (Rodolfo Valente) na aula de interpretação, o professor de teatro resolve dar uma lição aos alunos.
Com ajuda de Marcela (Danielle Winits), Excelsior prepara uma aula de balé para a galera do 2º ano, com direito a tutu: “Quero ver quem é macho o bastante para vestir um tutu”, desafia o professor.
Os meninos da turma começam a reclamar e Marcela se mete. “Quem está no comando hoje é o Zé Excelsior. E não acho palhaçada! É bom pra entender e respeitas as diferenças”, diz.
Rafa toma coragem, veste o tutu e os meninos acabam seguindo o exemplo. “Meninos, não fiquem envergonhados. Essa é a grande magia do teatro. No palco, podemos ser tudo: homem, mulher, criança, velho, bicho, árvore… só não tem espaço pra ser preconceituoso”, incentiva Excelsior.
Os meninos acabam relaxando e todos participam da aula de balé. Não dá para perder esta cena, né? Não perca a sequência, que vai ao ar nesta segunda-feira, dia 22/10.

Companheirismo no Casamento (3)

17 de maio, 2009

O Primeiro Casamento — Outras Reflexões

Na introdução desta série, contei que a essência do conteúdo sobre companheirismo no casamento havia surgido da palestra/bate-papo de uma reunião mensal com esposas de seminaristas, da qual participo como uma das coordenadoras. Mostrei que o relacionamento entre seres humanos é uma das maneiras planejadas e aprovadas por Deus para amenizar a solidão humana.

Na segunda postagem, comecei a explicar que o relacionamento conjugal é a maneira que Deus idealizou para o melhor convívio para seres humanas na terra. Fui para a história da criação de Adão e, depois, Eva, para demonstrar isto.

Mas vejam o que eu, de repente, descobri.

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Somos Avós (2)

3 de janeiro, 2009

Já chegamos ao fim do primeiro dia de vida do nosso neto. Via telefone, Skype e Facebook, já ouvimos a descrição do parto, vimos fotos com e sem a mãe, ouvimos seu choro e assistimos a um filminho de 45 segundos de uma criança com os olhos bem abertos, com a mão debaixo do queixo parecendo um filosofo (puxando ao pai que se formou neste ramo e ao avô brasileiro), fazendo “atchim”, seguindo os movimentos dos dedos do pai, reagindo às cócegas nos pezinhos… Já tenho certeza que ele é o neto mais fofo e mais inteligente do mundo! Gostaria tanto de poder segurá-lo! E de dar um beijo no rosto com expressão embevecida do meu primogênito…

Lembro-me do nascimento do David em Recife, uma experiência tão diferente das mulheres do meu país—onde apenas o marido e a mãe da nova mãe poderiam lhe “visitar” em certas horas e ninguém mais.

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Justiça, Paz e Alegria

3 de dezembro, 2008

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

No início do mês de novembro, acompanhei meu marido a Manaus, para participar de uma conferência.  O palestrante principal foi o Pastor Conrad Mbewe de Zâmbia. As suas cinco palestras foram dirigidas principalmente a pastores, com o título, Chamados para a Obra do Senhor. Muito do que ele falou valeu para mim (ainda como leiga), mas duas de suas falas me marcaram especialmente. Uma foi quando ele transmitiu uma perspectiva interessante sobre sermos “pescadores de homens”—que logo depois foi aplicada na minha própria vida (ver link).  A outra estava baseada no capítulo 14 de Romanos, especialmente, nos versos 17 e 18.

Tenho certeza que todos vocês já tiveram experiências quando um verso ou uma passagem que viram ou ouviram dezenas de vezes, de repente, cria vida.

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Aprendendo com os Passarinhos

2 de novembro, 2008

Tu … fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes…. Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos. —Salmo 104.12

É um fim-de-semana, no fim de outubro. Estou numa colônia de férias perto de Campos do Jordão. Participo de um retiro espiritual. Na programação, as duas manhãs começam com um momento devocional individual. Todas são orientadas a procurar um cantinho no lado de fora da casa para passar uma meia hora em comunhão com Deus, lendo a Bíblia e orando na sua presença.

Meditando sobre Deus em Meio à Natureza

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Uma Herança Espiritual—Parte 2

16 de outubro, 2008

(Crescendo na Fé — Filha de Agricultor mas, também, Filha do Rei)

Ontem passei algumas horas interagindo com o nosso filho mais velho, muito grata porque ele resolveu atualizar a versão do programa em que é feito meu blog. Apesar de eu estar toda orgulhosa por ter aprendido a colocar os meus posts sozinha (e até inserir fotos!), sempre aparecem pequenos ou grandes contratempos.

Somem meus itálicos, desaparecem os espaços entre os parágrafos, coloco uma foto e o texto todo fica centralizado, as informações do lado direito resolvem ir para o fundo da página, conserto tudo e quando gravo volta tudo inteiramente errado novamente…

E já que David mora no outro lado do planeta, muitas vezes tenho que esperar até ele acordar ou voltar ao computador para me acudir. Aí, em dois minutos, ele mexe com o “html” (que eu nem sei bem o que é) e está tudo maravilhoso novamente. Espero que, agora, o programa tenha ficado mais “obediente”.

Betty com 3 anos

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Uma Herança Espiritual—Parte 1

4 de outubro, 2008
Pois a promessa é para vocês, e para seus filhos e para todos os que estão longe.—Atos 2.39
(Um Albúm de Recordações (de 1941)

bloemen

Tenho estado ausente do meu blog por simples falta de tempo. Comecei várias postagens, mas todas ficaram no meio, por alguma razão ou outra. Vamos ver se termino esta, pois tenho viajado, palestrado, e faço parte de um Conselho Diretivo de uma Instituição de ensino e de um grupo de senhoras que trabalham com esposas de seminaristas. Além disso, trabalho com traduções e procuro escrever artigos, hospedar amigos e ainda cuidar da minha família. Tudo isso toma tempo e me deixa um pouco exasperada, às vezes, por não conseguir terminar o que quero…

Ao mesmo tempo, desde que nos mudamos (já faz mais do que um ano) para o apartamento atual, tenho o propósito de examinar e reorganizar o conteúdo das dezenas de caixas que são fruto do acumulo de 35 anos de convívio, quatro filhos, documentos de antigas empresas nas quais trabalhou o meu marido, contas pagas desde 1974, etc., etc. Haja treco!

Está me dando enorme prazer encher grandes sacos de lixo com as coisas que não são mais relevantes à nossa vida (e escondê-los de Mamãe porque ela consegue visualizar possíveis usos para qualquer pedaço de papel, e não importa que já tivemos uns dez mil outros iguaizinhos guardados há vinte ou trinta anos, sem serem aproveitados ☺ ).

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Apenas Seis Palavrinhas

17 de agosto, 2008

A ansiedade no coração abate, mas a boa palavra alegra.—Provérbios 12.25

Alguns dias atrás minha irmã me mandou um e-mail contendo um agradecimento da esposa de um antigo professor nosso. Este senhor acabara de passar três semanas convivendo com a igreja e a família da minha irmã, ensinando, pregando e participando de um sínodo. Foi hospedado e ciceroneado por eles e, agora, estava de volta no seu lar, no outro lado do país. Isso me relembrou do impacto, na minha vida, de seis pequenas palavras, faladas por esta senhora que nunca cheguei a conhecer bem.

Assim, meus pensamentos voltaram ao passado — aos tempos quando estudávamos (meu marido e eu) numa faculdade evangélica nos Estados Unidos. O Dr. Oliver era nosso professor de alguns cursos bíblicos—especialmente Filosofia da Fé Cristã (curso em Teologia Sistemática, usando o livro de Louis Berkhof). Nessa capacidade ele teve um enorme impacto na nossa compreensão das doutrinas reformadas—reforçando aquilo que ambos já havíamos aprendido desde crianças. Professor acessível, conversava bastante com meu marido e apoiou sua ida subseqüente ao seminário. Ele fazia parte do nosso dia-a-dia…

A sua esposa, a que escreveu para minha irmã, por outro lado, raramente aparecia na escola. De vez em quando, assistia a programações especiais. Eu a conhecia de vista, mas, sendo muito tímida, nunca me aproximei dela. Entretanto, um dia, creio que foi no meu segundo ano, ficamos lado a lado e ela começou a conversar comigo. Não me lembro do assunto, nem da ocasião, mas penso que devo ter falado algo que refletia a minha insegurança a respeito da minha aparência – magra, alta, acanhada com as pessoas.

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Alta, Magra e Tímida
Eu (com 12 anos e 1,75m), minha irmã e minha mãe, em 1964

As palavras que ela então falou me marcaram pelo resto da vida. Ela disse que sempre me admirava quando me via e falou: You carry yourself like a queen. (Você se porta como uma rainha.)

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Reflexões sobre Duas Igrejas: REDEEMER (Nova Iorque) e MARS HILL (Seattle)

8 de agosto, 2008

Inicio aqui com o finzinho da postagem anterior http://www.cronicasdocotidiano.com/?p=300 e depois continuarei.

Ainda falta descrever uma coisa boa de Nova Iorque—a nossa ida a um culto na esquina da Broadway com Rua 79 no domingo, dia 15 de junho. A Redeemer Presbyterian Church, do Pastor Tim Keller, se reúne na First Baptist Church às 17 horas e às 19:15 (e em dois outros locais em mais três horários—ver http://www.redeemer.com/sundays/service_info.html .)

Esta experiência foi ainda mais interessante porque, dois domingos depois, pudemos contrastá-la com um culto no lado oposto do país, quando fomos à Mars Hill Church em Seattle, Washington, liderada pelo Pastor Mark Driscoll.

Esses dois pastores (Keller e Driscoll) são bem conhecidos nos Estados Unidos e, em paralelo a muitos elogios e considerável interesse de mídia, têm igualmente sido alvos de críticas e controvérsias. São pessoas que “emergiram” (por assim dizer) de alguns aspectos do conceito tradicional de “igreja”, tanto no formato quanto na liturgia, mas que lutam para manter intacta a sua fé e o seu compromisso com a Palavra de Deus (e com o Deus da Palavra) nas suas tentativas de alcançar o povo das suas respectivas cidades (verdadeiras missões urbanas). Isto faz com que sejam confundidos e, ao mesmo tempo, destacados, do movimento chamado “emergente” naquele país. Tínhamos curiosidade em conhecer os seus trabalhos pessoalmente, nestas raras ocasiões em que podíamos freqüentar uma igreja diferente, anonimamente, e sem compromisso (sem estarmos lá por Solano ser o pregador convidado—o que é normalmente o caso, no Brasil).

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O Casamento do nosso Caçula
(Acontecimentos Periféricos)

23 de julho, 2008

Quando minha sogra se mudou para morarmos juntas, em 2007, uma querida amiga em Recife lhe deu um presente de despedida. Eu já escrevi sobre essa amiga antes em http://www.cronicasdocotidiano.com/?p=169 , num trecho perto do fim do artigo quando comentei como uma boa acolhida pode resultar em amizades duradouras e de efeito permanente. Continuei: Tenho uma amiga muito especial que encontrou abrigo no meu coração há 36 anos quando ela me hospedou na sua casa (então em Sergipe), numa viagem que fiz pelo Brasil com meu noivo (atual marido) e futuros sogros em 1971.

ParabensMaria.jpg

Esta amiga (V…) perdeu a mãe cedo na vida e Mamãe sempre foi uma das pessoas que lhe servia como referencial, ouvindo, aconselhando e orando por ela. Da minha idade, ela agora já assumiu o mesmo papel para parentes e amigos, e a sua espontaneidade, alegria e entusiasmo servem como fonte de encorajamento para muitos.

Pois é, minha amiga tem o dom de se colocar no lugar dos outros e está sempre tentando imaginar como melhorar e animar a sua vida.

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