Categoria: ‘Crônicas de Isabel’

Tempo de Sofrer… Tempo de Consolar…

23 de março, 2006

“É Ele que nos conforta … para podermos consolar” —2 Coríntios 1.4

Isabel encostou a testa quente na janela do avião. Enquanto a aeronave subia, suas feições, desalentadas a principio, suavizaram-se. Observava, à luz do amanhecer amazônico, o lento sumiço da nítida demarcação do encontro das águas escuras do Rio Negro com as barrentas do Solimões. Era o mais conhecido marco turístico do seu novo lar. Pensou na Vovó Valdete, lá em baixo, que havia vindo de Recife para que ela pudesse viajar. Seria um grande desafio cuidar de três netinhos em meio a caixas de mudança ainda desfeitas, num lugar totalmente desconhecido.

Seu olhar, cansado do verde interminável, retraiu-se, focalizando no título do livro no seu colo—”Aflição“. A palavra resumia aquilo que lhe esperava no fim daquele vôo. Fechando os olhos, tentou visualizar o rosto da sua mãe. Fazia mais de dois anos que as duas não se viam. O que estaria acontecendo lá, no outro hemisfério? Ao chegar, seria levada a um hospital ou a um velório?

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Uma Rua Iluminada pelo Amor (Natal)

19 de março, 2006

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. –Mateus 5:16

Enquanto dirigia, Isabel observava os hóspedes que estava levando ao aeroporto. Karen e Ben haviam juntado os reais, em notas e moedas, da sua bolsa e bolsos. Agora Ben contava tudo. Ao terminar, retirou uma cédula. Quando pararam no sinal, Ben entregou-lhe um envelope com o restante.

–‘Bel, nós fomos tão bem atendidos aqui no Brasil! Acabamos gastando nem a metade daquilo que havíamos planejado. Assim sobraram muitos dos reais que trocamos por dólares ao chegar. Conversei com a Karen e oramos, ontem à noite, e resolvemos deixar isto com você para investir na “sua rua”.

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Uma Carta de Natal

19 de março, 2006
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer aos necessitados,e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber. –Atos 20:35
Carta de Natal

São Paulo, 29 de dezembro de 2000

Amada Família:
Mais dois dias e o ano acabou. Antes que os detalhes fujam, preciso contar como foi a nossa programação de Natal, conforme lhes escrevi anteriormente. Vou recapitular o que aconteceu, porque não sei se escrevi tudo para todos.

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Foi por Causa do Natal

19 de março, 2006
Outros louvaram a Deus pela obediência que acompanha a confissão
que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês
em compartilhar com eles e com todos os outros
—2 Coríntios 9.13 (NVI)

—Mãe, a senhora viu esta revista? Fiquei literalmente com o estômago embrulhado olhando isto! Como é que alguém pode viver num país como o nosso, com tantas pessoas pobres e doentes, e gastar fortunas em objetos deste tipo! Dá nojo!
Surpresa, Isabel olhou para o rosto irritado do Gabriel. – De que você está falando?

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Sementinhas Voadoras

19 de março, 2006

Não andeis ansiosos pela vossa vida… (Jesus—Mateus 6.25)
Sementinhas

Era domingo de manhã. O culto havia terminado e Isabel subia a escada em direção à sua classe de Escola Dominical.

—Oi, Isabel. Está sozinha hoje? Cadê Neto? Senti falta dele na Santa Ceia.
— Tudo bem, irmã? Neto teve que viajar às pressas, a trabalho. Deve voltar na quarta.
— Quem vai ensinar a classe dele?
— Adivinhe?!
— Você?
— Pois é.

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Quase Cúmplice

19 de março, 2006

Não te tornes cúmplice dos pecados dos outros…” —1 Timóteo 5.22

Com a Bíblia aberta no colo, Isabel procurou se acomodar melhor no banco rústico. Estava num encontro de professores de Escola Dominical. Dois enormes ventiladores tentavam aliviar o intenso calor daquele fim de tarde. Olhou carinhosamente para a frente onde seu marido, de manga de camisa, valentemente procurava dar continuidade ao estudo da manhã. A mensagem de Neto era baseada em vários versículos das cartas do apóstolo Paulo a Timóteo. Enquanto acompanhava o raciocínio dele, seus olhos repentinamente caíram no versículo 22 do capítulo 5 da primeira carta. As palavras pareciam pular da página. O versículo já estava bem marcado na sua Bíblia, mas era como se o estivesse vendo pela primeira vez… Não te tornes cúmplice de pecados de outrem…

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Vou, mas Fico

16 de março, 2006
(Acompanha a Poesia: Memórias)
Não me desampares, pois, ó Deus, até a minha velhice…, até que eu tenha declarado à presente geração a tua força, e às vindouras, o teu poder — Salmo 71.18

Isabel desligou o telefone, pensativa. A sua vizinha havia telefonado para saber da sua saúde, em primeiro lugar, e depois para pedir um favor. E que favor!

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“Estive Preso, e Vocês me Visitaram”

9 de março, 2006

—Gente, não vai dar! Isabel estava em meio a dez mulheres, de pé, no estacionamento, num sábado ensolarado. Alguns diáconos estavam colocando sacos volumosos e caixas na parte de trás da Kombi da igreja. Eram doações angariadas pela Sociedade Auxiliadora Feminina — roupas, objetos usados, sabonetes, pastas, xampus, restos de tecidos,… Tinha um teclado enorme esperando, sacos de pão e margarina, objetos pessoais… A motorista olhava o espaço que sobrava e balançava a cabeça de um lado para outro. —Realmente, não vai dar. Tem que ser dois carros!

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De Deus somos Cooperadores

9 de março, 2006
…Nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores. –I Coríntios 3:7-9

Sentada na igreja, Isabel sorriu, carinhosamente, enquanto fitava os rostinhos das crianças que passavam por ela, a caminho do seu culto noturno. Brenda, Bruna, Betinha, Lia, Jasmim, Douglas, Tanya, Amélia, Márcio…. Todas bem-vestidas, alegres, apressadas… A janela do berçário revelava mais três irmãozinhos recebendo os cuidados das mães. Na sala de som, um papai diácono; na porta da igreja, outro. As suas famílias serviam na SAF, UPA, UPPA, UPJ, nos Corais, na Escola Dominical, nos Encontros de Casais… Faziam parte integral da igreja. Amavam e eram amados. Ministravam e eram ministrados. Visitavam e eram visitados. Estudavam e aprendiam as doutrinas bíblicas. Davam o dízimo. Convidavam e traziam seus parentes e vizinhos para ouvirem a mensagem que havia transformado as suas vidas.

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Minha Sogra… Minha Mãe

8 de março, 2006

Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo… Efésios 1.5 (NVI)

(Isabel escreve para sua irmã, no exterior: trechos dos e-mails)

Sexta-feira
Querida Nelita:
Estou “de volta ao lar”, passando um tempinho com meus queridos sogros. Já que Neto* teve que viajar, e nossos filhos estão todos fora, resolvi pegar um avião e juntar a minha solidão à deles.

Estou me deleitando em ser “filha” de novo, sendo paparicada com todo tipo de comidinha gostosa— tapioca, cuscuz, queijo assado, macaxeira, inhame, banana comprida, bolo de rolo, doce disso, doce daquilo— tudo que o nordeste tem a oferecer… Nem penso em fazer regime aqui! ☺ De vez em quando Papai** me diz—“Filha, você não tem idéia de como estamos felizes em ter você conosco.” Falam, “Coma, filha….” “Descanse…”

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