Companheirismo no Casamento (3)

Crônicas do Cotidiano > Companheirismo no Casamento (3)

O Primeiro Casamento — Outras Reflexões

Na introdução desta série, contei que a essência do conteúdo sobre companheirismo no casamento havia surgido da palestra/bate-papo de uma reunião mensal com esposas de seminaristas, da qual participo como uma das coordenadoras. Mostrei que o relacionamento entre seres humanos é uma das maneiras planejadas e aprovadas por Deus para amenizar a solidão humana.

Na segunda postagem, comecei a explicar que o relacionamento conjugal é a maneira que Deus idealizou para o melhor convívio para seres humanas na terra. Fui para a história da criação de Adão e, depois, Eva, para demonstrar isto.

Mas vejam o que eu, de repente, descobri. (Aí dá para ver que sou inteiramente diferente do meu marido—que ainda se lembra de esboços de coisas que escreveu 20 anos atrás—e por que eu nunca gosto de falar em público ou ser chamada para defender ou combater algum ponto de vista. Eu sou muuuuuuuito esquecida! Se eu não anotar meu raciocínio imediatamente, ele me escapa. E, ainda se eu anotar, não vou poder reproduzir oralmente o que escrevi sem estar com o esboço na mão!)

Portanto, descobri que fui capaz de preparar minha palestra e de re-escrevê-la para o blog sem me lembrar de jeito nenhum que já havia blogado sobre este mesmo assunto há dois anos! Naquela época, no contexto das preparações para o casamento da nossa filha (que acabou não ocorrendo), refleti E ESCREVI sobre o primeiro casamento. Foi quando fui colocar o titulo no segundo post que me dei conta que havia visto algo bem parecido quando estava inserindo as categorias há poucas semanas. Coloquei a palavra “Adão” na área de pesquisa do blog e logo encontrei—um post inteiro sobre o mesmo assunto!

Para não dar a impressão que sou completamente louca, deixe eu explicar que estou sempre anotando e desenvolvendo pensamentos—muitos dos quais acabam esquecidos ou abandonados em pastas e cadernos. Não dou conta de trabalhar tudo que me vem à mente. Às vezes, entram em cartas que envio às pessoas interessadas e que depois somem por dentro das centenas que estão arquivadas no meu computador, enquanto tem muitas outras que já se perderam com a “morte” de computadores anteriores. Mas, realmente, havia me esquecido por completo que já tinha escrito no blog sobre isto. Fui reler, então, para ver se valia a pena postar o que acabara de terminar. E resolvi que são suficientemente diferentes para merecer a colocação do novo post também.

Depois fiquei pensando sobre como poderia/deveria ser a minha reação ao acontecido. Poderia ver aquilo como prejuízo, me auto-xingar e pensar—Sua burra! Olhe uma prova que a mui-temida Alzheimer’s está chegando. Você acaba de gastar dezenas de horas a toa. Se tivesse se lembrado do blog anterior, poderia ter relido e re-apresentado aquilo e pronto! Sobraria muito tempo para fazer as outras coisas que ainda lhe esperam.

Por outro lado, posso olhar o ocorrido como lucro—como Deus me dando oportunidade de me aprofundar ainda mais neste assunto e de me certificar de como é especial esse relacionamento conjugal do qual desfruto há tantos anos e que Ele usa para ilustrar conceitos e relacionamentos espirituais. “Perdi” tempo terreno para ganhar na minha compreensão de valores eternos.

Percebo que o que conta aqui é a nossa atitude. O mesmo copo de água pode ser encarado como estando meio-cheio ou meio-vazio. Portanto, hoje, resolvo enxergar meu copo como meio-cheio, a caminho de transbordar, tanto neste caso quanto no dia-a-dia com meu marido.

Voltando às duas versões—apesar do conteúdo básico ser parecido, as abordagens são diferentes. Além disso, a antiga inclui reflexões extras sobre como pode ser o céu (numa comparação com o mundo pré-pecado em que viviam Adão e Eva), sobre como foi possível “melhorar a perfeição” e sobre o significado de “deixar pai e mãe.”

A atual destaca mais claramente a singularidade do relacionamento entre seres humanos, enfatizando como o fator “companheirismo” entre seres da mesma espécie não podia existir entre Adão e os animais que lhe cercavam, nem entre Adão e a Trindade. Também dá um exemplo do dia-a-dia das estrelas das artes e dos esportes que demonstra como existe um anseio no coração de cada um de ter alguém compromissado para amar e para ser amado para sempre. Portanto, hoje lhe convido a ler, também, aquilo que postei em fevereiro de 2007 neste link.

Deixe o seu comentário

Crônicas do Cotidiano > Companheirismo no Casamento (3)