A Caminho do Casamento do Nosso Caçula — Conclusão / Nova Iorque III

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Voltamos da nossa viagem aos Estados Unidos, no dia 01 de julho de 2008. Sobraram preciosas lembranças, quatro malas para desfazer e muitas fotos para revelar e colocar nos álbuns para mostrarmos aos amigos e parentes que nos visitam. Os “facebooks” e “Orkuts” dos meus filhos e os dos parentes dos noivos também estão repletos de fotos comentadas conforme a perspectiva de cada um.

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Os dias logo depois do casamento foram muito cheios de atividades e não sobrou tempo para completar o que eu havia escrito e para organizar as minhas anotações. Pensava comigo mesmo: “quando chegar, completo tudo”. Mas, uma vez no Brasil, parece que os dias ficaram mais cheios ainda…

Agora já estamos todos em casa, sem incidentes maiores—um casal de filhos (com nosso primeiro neto em formação) está de volta a Bangladesh; os noivos retornaram a Los Angeles depois de passar a lua-de-mel em Havaí; nossa filha e nora chegaram bem dos seus estudos na Alemanha; e o nosso filho do meio ainda conseguiu passar uns dias com uns amigos, em Pennsylvania, antes de regressar.

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Ninguém adoeceu na viagem—nem ao menos um resfriado ou distúrbio gástrico nos perturbou. Todas as malas chegaram aos seus destinos—apenas uma demorou dois dias para re-aparecer dos caminhos obscuros do tráfego aéreo, mas já no fim da jornada – e ela chegou intacta. Não merecemos tantas bênçãos e somos muito gratos a Deus pelas alegrias, belezas e confortos dos quais pudemos desfrutar.

Estou sem saber se ainda tento resumir os dias e eventos de lá ou se meramente continuo com novos assuntos. A nossa viagem teve três fases—Nova Iorque, Boise (Idaho) e Seattle (Washington). Agora voltarei a escrever um tiquinho mais sobre como fomos tratados em Nova Iorque e, na postagem seguinte, continuarei com alguns pensamentos sobre missões urbanas, refletindo sobre os esforços de dois pastores (Tim Keller e Mark Driscoll) em duas igrejas que visitamos nos domingos que passamos nos EUA (em Nova Iorque e Seattle). Talvez, em outra hora, eu ainda consiga contar algumas impressões do casamento e sobre a preciosa estadia e convivência com nossa família. Veremos…

Nova Iorque (III)—Conclusão
Ainda tivemos algumas experiências negativas que não mencionei na postagem anterior. Por exemplo, eu fui comprar sorvete num daqueles lugares em que se montam diversos sabores com vários tipos de cobertura. Havia muitas escolhas e, enquanto eu olhava fascinada o quadro com os sabores disponíveis, a moça gritou comigo — Are you going to take all day?! (Você vai levar o dia todo?!) Tudo isso, porque hesitei enquanto procurava ler tudo antes de me decidir. E nem havia fila atrás de mim! Foi desconcertante. Talvez estivesse acostumada com fregueses locais, que sabem o que querem, e estão também com pressa dizendo rapidamente o que querem consumir, mas ela teria sido dispensada imediatamente se tratasse uma freguesa desta maneira, numa sorveteria em São Paulo.

Quando partimos para Boise (via Denver) pelo aeroporto de LaGuardia, nosso filho levou uma bronca da moça que cuidava do detector de metal. Ele demorou para passar porque estava ajudando sua esposa a retirar a mochila e colocá-la na caixa de plástico que  seguiria em cima da esteira de inspeção, e nem percebeu, a princípio, que era com ele que a guardinha terceirizada estava gritando. Creio que ela interpretou a franca simpatia dele como cinismo. De origem latina, com tamanho extremamente miúdo diante do 1,95m dele, mas com a autoridade do uniforme cheio de múltiplos escudos de funcionária contratada pelo governo dos Estados Unidos da América, reclamou que ele não estava lhe respeitando por ter demorado demais para passar e queria bater boca com ele. Ficava insultando, repetindo que ele tinha que mudar sua atitude, etc. Fiquei olhando, pasma. Meu instinto de mãe fazia com que eu quisesse ir lá para explicar para ela que ele era uma pessoa jóia, atenciosa, alegre, bom…. Mas fiquei calada, observando, triste em ver como uns poucos terroristas conseguiram afetar o conceito de educação de um povo, ou pelo menos de uma grande parte do país … Como a possibilidade remota de qualquer passageiro oferecer perigo deu carta branca para pessoas desqualificadas abusarem do poder com relação a todos… Ainda bem que ele continuou respeitoso e calado… O filho de uma amiga, há alguns anos, passou dois dias preso por umas bobagens acontecidas em uma fila de inspeção semelhante, em um aeroporto, possivelmente fruto de excessos cometidos pelas autoridades supremas do local!

Por outro lado, reconheço que certas pessoas se mostraram prestativas quando pedíamos ajuda para chegarmos nos locais. Lembro-me de algumas que nos orientaram sobre a entrada correta do Museu de Historia Natural. A gente tinha a impressão de estar no lugar errado pois encontrou muitas pessoas saindo pelo portão, enroladas em toalhas de banho. Acontece que a propriedade do museu tem várias piscinas à disposição dos nova-iorquinos em meio a uma área arborizada com bancos para descansar, mesas para lanchar e lugar para crianças se divertirem. Bem ao lado, pode-se entrar no museu (creio que foi pela porta dos fundos, pois a gente andou, andou, andou, subindo e descendo escadas e elevadores para chegar no lugar onde se pagam as entradas). Lá dentro, também, fomos tratados com civilidade enquanto paramos de vez em quando para sermos orientados sobre como sair daquele labirinto. Só se recebe o mapa depois de pagar as entradas, mas parece-me que é possível ver muitas coisas de graça… (Mas não aquelas que entraram no filme—Uma Noite no Museu).

Falta apenas descrever mais uma coisa boa de Nova Iorque—a nossa ida a um culto na esquina da Broadway com Rua 79 no domingo, dia 15 de junho. A Redeemer Presbyterian Church, do Pastor Tim Keller, se reúne na First Baptist Church às 17 horas e às 19:15 (e em dois outros locais em mais três horários — ver http://www.redeemer.com/sundays/service_info.html — eles alugam o templo batista).

Esta experiência foi ainda mais interessante porque, dois domingos depois, pudemos contrastá-la com um culto no lado oposto do país, quando fomos à Mars Hill Church em Seattle, Washington, liderada pelo Pastor Mark Driscoll.

Postarei sobre isto daqui a um ou dois dias, incluindo o resumo do culto em Nova Iorque nas palavras do meu marido, em carta enviada a amigos. Ele pretendia fazer uma carta sobre a experiência de Seattle, também, mas não teve tempo para isso, ainda. Depois continuarei, com minha própria análise de leiga, baseada no que vi (e em algumas coisas que li), nas duas igrejas citadas.

Betty

Um Comentário a “A Caminho do Casamento do Nosso Caçula — Conclusão / Nova Iorque III”

  1. David disse:

    Mãe, você se esqueceu de que tanto eu como a Tati tivemos um resfriado horrível, em Boise…O nariz sangrando, dificuldade em cantar no casamento, etc. Pela misericórdia de Deus tudo correu bem e ficamos melhores.

    Interessante o relato do Daniel passando pela segurança no aeroporto. Realmente, na ansiedade para manterem-se seguros, os Americanos tem deixado de lado grande parte de sua tradição moral (e bíblica!), especialmente na área de hospitalidade aos estrangeiros. É triste.

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