Caminhando Juntos… Durante 35 Anos…

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Alguns Minutos depois do “Enforcamento”
Bowmanville, Ontario, Canadá
09 de junho de 1973

Hoje, 09 de junho de 2008, meu marido e eu celebramos 35 anos de casamento. Bodas de Coral. Quando fizemos 25 anos, já era muita coisa. Nosso filho até chegou de surpresa do Canadá para nos ajudar a celebrar! Jantamos fora como família e fizemos um culto de gratidão na igreja no domingo subseqüente. Lá eu li uma poesia para meu amado companheiro (que pode ser visto aqui). Até hoje, ainda tem gente que brinca comigo, perguntando como vai o meu “pimenteiro”.

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1973. Primeiro Mês de Casados. Filadélfia, EUA
Mantendo a Comunicação com Nossas Famílias

Passaram-se mais dez anos. De certo modo, voaram. Por outro lado, aconteceram uma quase infinitude de coisas. Bastante alegrias. As formaturas (4) e os casamentos dos nossos filhos (ver aqui e aqui). As bodas de diamante dos meus sogros. Algumas dificuldades. Algumas tristezas. O falecimento do meu pai e de um primo querido. Doenças graves. Tratamentos. Cirurgias. Viagens nacionais e internacionais (especialmente para ele). Três mudanças de casa e de emprego (função). Continuação, mudanças e ampliação de ministérios na comunidade cristã. A vinda dos meus sogros para formarmos um único lar, novamente, como foi no meu primeiro ano no Brasil e, depois, lado a lado, por doze prazerosos anos nos anos setenta e oitenta… Começamos a ter blogs, primeiro ele, depois eu—expondo-nos mais e mais ao olhar crítico de outros seres humanos. Pessoas imperfeitas, mas desejosas de serem transformadas e transformadoras, dentro e fora do nosso lar (às vezes, aos trancos e barrancos).

Ainda que meu marido trabalhe e viaje muito, somos sintonizados. Somos independentes, capazes de nos “virar” quando separados, mas ligados ao mesmo tempo, felizes em podermos recorrer um ao outro para fortalecer, encorajar, complementar, orar…

Somos um conjunto, um par… Eu e ele. Ele e eu…. Para alguns, sou “Betty de Solano”. Para outros, ele é “Solano de Betty”… Aqueles que nos conhecem apenas como “Solano” ou “Betty” (ou que nos abordam como “Francisco” ou “Elizabeth”) têm uma noção muito limitada de quem realmente somos. Somos um time de dois, uma equipe unida, cada um funcionando bem individual e separadamente porque tem o outro por trás, ainda que invisível. Cada um com sua identidade, seu chamado, seu papel, seu ministério. Eu me dedico primariamente a complementar e auxiliá-lo. Mas ele também me completa. E incentiva. Somos companheiros no sentido “pré-socialista” da palavra—fazendo companhia, acompanhando e acompanhados… Inseparáveis ainda quando estamos longe um do outro.

Vou tentar verbalizar algo que me ocorreu voltando da igreja ontem, enquanto Solano e eu relembrávamos e compartilhávamos conversas tidas com nossos irmãos na fé. Nestes últimos domingos temos distribuído anúncios do casamento do nosso caçula no dia 21 deste mês, o Senhor Deus permitindo. (Já que não são “convites” no sentido usual, pois quase ninguém vai poder ir aos Estados Unidos para participar, tive o prazer de não ter que me restringir ao tamanho do espaço físico da igreja ou do buffet na escolha dos amigos que os receberiam.)

Aí fui contando como havia abordado ex-professoras de Escola Dominical do nosso filho, como também alguns lideres das atividade juvenis e de adolescentes, aproveitando para agradecer a sua participação no seu desenvolvimento espiritual. E como havia sido gostoso, pois eles recordaram coisas das quais eu nem me lembrava mais.

Uma professora me contou como havia sido a pessoa que tirou o primeiro dentinho dele (ela é enfermeira) e como havia ficado preocupada depois que eu pudesse não gostar. E que eu havia agradecido porque não tinha coragem de fazer isto e ela havia me poupado uma ida ao dentista. Dizendo que ele provavelmente estava muito ansioso para puxar aquele dente porque na nossa casa havia uma “fada de dentes” que sempre havia visitado os irmãos dele e que trocava os dentes, que ficavam debaixo do travesseiro, por dinheiro. Rimos, conversamos mais. Assim havia muitas outras pessoas também que fazem parte da nossa família espiritual. Todas felizes por Darius, pela gente, desejando boa viagem, comentando a beleza da noiva, mandando lembranças, abraços e presentinhos… Admirados como aquele menininho magrinho, “deste tamanhinho”, que chegara àquela igreja com seis anos de idade, já estava formado e preparando-se para casar. Mutuamente nos considerando, respeitando, amando e sendo amados… Colhendo os frutos por anos de fidelidade, perseverança e serviço na nossa casa e na Casa de Deus…. Nós e eles.

Fidelidade. Não pode haver união sem fidelidade. E, enquanto o carro voltava da zona sul para o centro ontem à noite, percebi que isto vale na igreja. E que vale no lar. E que, quando as coisas vão bem, os dois são entrelaçados. Pois amizades e relacionamentos não são construídos em pouco tempo. Levam anos para se consolidar, para serem firmados, testados e comprovados. São uma herança que conseguimos deixar para nossos filhos, ainda quando eles vão embora, porque o carinho entre irmãos é duradouro quando foi bem nutrido, especialmente aquele que é sentido por irmãos mais velhos—eles estão sempre prontos a chorar com aqueles que choram e alegrar-se com aqueles que se alegram, perguntando, comentando, ajudando, orando.

Agora é a vez dos nossos filhos. Estão formando seu próprio lar. Sendo bênçãos e sendo abençoados. Não apenas mutuamente pois isto não satisfaz. Mas, partindo dali, na certeza e fortaleza da sua união, enquanto caminham juntos, para refletir e projetar o amor que Deus lhes deu a todos que lhes cercam. No lar, na família, no trabalho, na igreja, na comunidade…

Enquanto isto, continuo dando graças ao meu Deus por cada dia a mais de convívio com o precioso homem que prometeu me amar, honrar e proteger enquanto viver, numa tarde ensolarada, numa pequena cidade canadense, diante dos nossos pais, parentes e amigos, há 35 anos atrás.

Betty

5 Comentários a “Caminhando Juntos… Durante 35 Anos…”

  1. Ethel disse:

    Quero parabenizá-la!
    Que o Senhor a cada dia”resplandeça o Seu Rosto” sobre vós.
    Felicidades!
    Ethel

  2. Sallentien disse:

    Para Betty do Solano e Solano da Betty,
    Nesta data tão linda em que comemoram 35 anos juntos, e, fazendo parte de alguns momentos destes anos passados, relembro de cada um com saudade e prazer.
    Deixo como presente para voces um pedacinho de uma poesia que li e decorei, pois encontrei nela “preciosidades”.
    Sei que voces poderão dizer um ao outro o que diz (Myrtes Mathias) a autora do poema, pois são para muitos amigos “o bom perfume de Cristo”.
    “Perguntaram um dia a um pedaço de argila
    que exalava um suave odor:
    De onde te vem este perfume, se és apenas lama?
    Ao que ela respondeu, humildemente:
    Morei muito tempo, perto de uma flor.”

    Que o Senhor Deus continue a derramar a sua GRAÇA sôbre as vossas vidas !!!!
    Parabéns!Parabéns!
    Com todo amor da Léa do Klaus e do Klaus da Léa

  3. Alminha disse:

    Louvamos ao Senhor que os uniu e os ungiu, amados Betty e Solano.
    Vocês são exemplo e bênção para nós. . .e tantos outros!

    Que o nosso Maravilhoso Senhor Jesus seja sempre sua Alegria, sua Vida.
    ELE É FIEL!

    Com muito carinho da Alma do Ricardo e do Ricardo da Alma

  4. Carlos Henrique disse:

    Queridos Sal e Luz,

    Parabéns! Que venham mais 35 e mais e mais…!
    Já dizia Super Homem, para o alto e avante!

    O que Deus uniu o homem jamais separa.

    Felicidades,
    Carlos Henrique.

  5. MARILENE O FONSECA disse:

    LINDA A UNIÃO DE VOCES! NÓS TAMBÉM ESTAMOS COMPLETANDO TRINTA E SEIS ANOS DE CASADOS. COM MUITO COMPANHEIRISMO, AMIGOS DE VERDADE! TIVEMOS QUATRO FILHOS,ANA, DÁRIO, TARSILA E TÁRSIA. ANA ME DEU DUAS NETINHAS, DÁRIO ME DEU UM NETINHO; TARSILA E TÁRSIA CASARAM A POUCO MAIS DE TRES MESES. ESPERO QUE ELES SEJAM TÃO FELIZES OU MAIS DO QUE SOU COM O MEU MARIDO, TARSO!!!VIVEMOS COMPLETAMENTE FELIZES; E PODEMOS PROVAR QUE O CASAMENTO NÃO É UMA INSTITUIÇÃO FALIDA COMO ALGUNS DIZEM. O QUE DEUS UNIU O HOMEM JAMAIS SEPARA!!!!!!!!!!!! FELICIDADES!!!

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