A Minha Vida Ficou Mais Florida (4)

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Ontem e hoje, tenho participado (na platéia) de palestras relacionadas ao darwinismo (mais informações aqui). Estão acontecendo num ambiente que dá voz a várias perspectivas. Escutei o proponente do darwinismo, um senhor bastante sério e preparado mas que, obviamente, parte do princípio que não existe um Deus criador. Que tudo saiu do nada, pelo acaso. Fiquei tão triste por ele…

Também creio que tudo saiu do nada (ex nihilo). Mas não pelo acaso. Houve/há um Criador. E Ele se revela a mim não apenas através da beleza e harmonia da natureza mas também por revelação escrita. E a maravilha da perspectiva bíblica é que eu conheço as minhas origens, sei o meu destino e me deleito em propósito e significado.

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Enquanto eu sentava e escutava, e anotava, e avaliava, eu lamentava pelo palestrante e pelos milhões de outros que são levados a negar e rechaçar esta preciosa compreensão… E minha mente voltou a algo escrito por Mamãe Valderez nas recordações das quais já falei antes, pois ontem passei um bom tempo pescando os trechos que falam da sua empolgação com a beleza da natureza em tantas fases da sua vida. A princípio, havia pensado em postar isto por último, como conclusão dos seus pensamentos. Mas agora sinto necessidade de compartilhar a oração de adoração que jorrou do seu coração ao encerrar um relato sobre como sobreviveu à febre tifóide quando era uma menina de sete ou oito anos.

Ela pergunta a Deus por que lhe poupou—porque permitiu que ela tanto vivesse. Ela não sabe a resposta mas as linhas seguintes demonstram a intensa necessidade que sente para reconhecer e agradecer a presença, participação e bondade divina em todos os pormenores da sua vida. E ela vai listando… E quando chega na grandiosidade das “obras das suas mãos” ela não consegue apenas falar em termos gerais. Tem que vasculhar a memória para apontar não apenas os seres humanos mas também nomear os outros seres vivos—plantas, aves e animais que Ele permitiu que se destacassem nas suas lembranças por sua beleza ou singularidade.

Vejamos a narrativa (cabe informar que, além de pastor e fazendeiro, seu pai era farmacêutico e era chamado por muitos para tratar das suas doenças nas cidades e vilas onde não havia médicos)…

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Houve uma epidemia na vila de São José do Sirigí — a febre tifóide disseminou-se por toda aquela região e só não morreu gente, naqueles dias, em nossa casa, pois toda a água usada em casa era fervida. Pai corria de um lugar para o outro, sendo chamado para atender pessoas doentes. Ele já havia advertido do perigo a que, todos ali, estavam sujeitos a pegar qualquer doença, com aquela água contaminada. Mas ninguém ligava pra isso, não acreditava que fosse assim tão grave. Assim morreram pessoas em quase todas as casas, especialmente as crianças…

Abigail, minha irmã mais velha, viera do Colégio em Recife já se sentindo mal. Já estava com a febre. Minha Mãe estava esperando mais um filho e teve de lidar, sozinha, e cuidar, de todas as maneiras, para os outros pequenos não se infectarem. Ela usava latas vazias de querosene, no quintal da casa, pra ferver a água. Colocava as latas pra ferverem em cima de trempes e ia usando pra lavar louça, dar banho na meninada, lavar toda a roupa da casa… Eram, por dia, latas e latas de água…

Abigail não morreu. Quando ela já estava curada, eu cheguei, da casa da minha avó (Dindinha) que morava em Caruaru, uma grande e boa cidade. Eu fora pra lá para estudar num afamado Grupo Escolar (uma escola pública), pois era muito famosa, como tendo um bom ensino. Dindinha morava lá e meu Pai me levou pra sua casa, pois eu já precisava de freqüentar uma escola mais adiantada. Lá adoeci. Dindinha me levou ao médico, mas eu não melhorei e fui piorando até ela escrever, chamando o meu Pai. Estive desenganada pelo médico.

Quando Pai chegou, logo conheceu que eu estava com a febre tifóide… Quase não deu pra eu chegar com vida em “Munganga”! Seria mais uma criança a ser enterrada. Pai comprou um colchão feito de palha (folhas de bananeiras secas), foi ao chefe da estação da rede ferroviária (a antiga Great Western) e disse que precisava de levar a sua filha, que estava com febre tifóide, etc, etc. Ele alugaria um vagão de carga, com dois bancos, apenas, pra colocar o colchão e nossos pertences para nos transportar à Estação mais perto de nossa casa. De lá ele usaria uma rede e dois homens pra me levar à distância de duas léguas e meia, até “Munganga”.

O chefe foi muito compreensivo e, também com medo que os demais passageiros pudessem pegar a doença, concedeu o pedido do meu Pai. (O meu tio Lindolfo que morava em Recife, trabalhava na Great Western e era muito conhecido de todos.) No dia seguinte, de madrugada, quando aquele trem vinha pra Recife, nós deixamos Caruaru. A minha avó, Dindinha, como a chamávamos (era um termo carinhoso para avó) chorava. Eu era magrinha e estava só os ossos, agora. Nem chorar, nem falar direito, eu podia… Doía-me todo o corpo. Quando Pai me colocou no braço com a cabeça deitada em seu ombro eu quase morri de dor! Era só ossos que ele sustentava.

Meu tio Miguel e meu avô Anacleto nos acompanharam, levando nossas bagagens. O chefe da estação acompanhou o meu Pai até o vagão. Ele mandara colocar dois bancos da segunda classe, juntos, parafusados no assoalho do vagão e meu Pai preparou a cama com o colchão. Ele no dia anterior comprara uma rede, travesseiros, lençóis e toalhas. Ele já me medicara desde a hora que chegara, em casa de Dindinho, pois eu vomitava sem parar. Mas a febre continuava — era a infecção. Meu tio Miguel colocou-me cautelosamente na minha nova cama.

Pai, meu Avô e meu Tio, abraçados fizeram mais duas orações. O trem apitou e deu partida. Senti todo o meu corpo sacolejar. Doíam-me os ossos e os ouvidos. Pai sustentou minha mão e disse: “Vai melhorar, minha filha. Vê se dorme, ainda é noite”. Pai parecia muito cansado. Ele colocara as nossas maletas junto à minha cama e colocou sua cabeça encostada no colchão. Sentara-se na maleta.

Não sei quanto tempo andamos de trem até chegar em Jaboatão. Pai chamou um carregador e lhe deu as malas e o colchão e a rede dobrada, dizendo que levasse tudo à casa de D. Chiquinha, perguntando se ele a conhecia. Ele conhecia, sim. Não era um casal crente? Pai asseverou e lá fomos nós. Encontramos D. Chiquinha tomando o café da manhã. Este casal foi do tempo de meu Pai, na Igreja de Jaboatão, quando eu era bem pequena. Eles estavam alegres por verem meu Pai, mas tristes por me verem assim. Pai queria falar com o médico e saber tudo sobre a epidemia que já estava assolando Recife e outras cidades. Eles já sabiam.

Pai deixou-me ali, dormindo e foi atrás do médico. Trouxe-o e ele me examinou por um bom tempo. Passou uns novos remédios, falou sobre o tipo de alimento e a quantidade deste, eu deveria beber muita água mesmo… Pequenas porções de tudo. Contudo não deu esperanças a meu Pai. Não sabia como Pai iria chegar em casa. Naquela distância, eu não agüentaria chegar lá. Iríamos pegar um trem da tarde que chegaria aonde meu Pai deixava a burra Valença (uma que, como Pai dizia, elogiando-a, “só falta falar”… Era nela que ele viajava para as Igrejas e Congregações do interior). Havia uma parada, no trem, para as pessoas que moravam distante, em sítios, entrarem ou deixarem o trem mais perto de suas casas, sem precisarem de ir até a estação próxima, noutra cidadezinha ou vila.

O Sr. Manoel Bernardo era um crente amigo de meu Pai que morava ali perto, andava-se talvez uns dois quilômetros. A esposa do Sr. Manoel não era crente e acho que ela tinha ódio só de ouvir o nome de crente… Mulher feia, cara fechada… (Sr, Manoel tinha uma orelha cortada, da metade para baixo. Quando nós lhe perguntávamos o que fora aquilo ele dizia: “É lembrança do tempo que eu não era crente”). Nós gostávamos dele e muitas vezes ele ia ver meu Pai, para uma consulta, remédio, ou outra necessidade. Desta vez, porém, não podíamos conversar. Lá Pai arranjou dois homens que fossem conosco, levando, na rede, uma menina doente… até “Munganga”. O Sr. Manoel encontrou uns homens seus conhecidos que aceitaram a oferta. Já chegaram com um pau, parecendo um caibro. Sr. Manoel arranjou umas cordinhas para amarrarem a rede no caibro, dois pauzinhos finos abririam a rede de um lado para o outro.

Pai deu-me o remédio que o médico passara. Tinha um gosto muito ruim. Tomei água outra vez. Explicou-me como eu iria dali, até chegar em casa. Que eu iria dormir, no colchão, dentro da rede. Tive medo, muito medo! Disse a Pai que parecia “rede de defunto”… Que aqueles homens não iam agüentar o meu peso… Pai com muita paciência me explicava que aquele era o melhor jeito de eu não sentir dor. Que os homens eram fortes, eles eram mais fortes que o Sr. Manoel e ele juntos.

A burra já estava selada, pronta para a viagem. Já estava escuro. O céu porém estava claro, todo estrelado… O Sr. Manoel possuía uma égua (uma “besta”) e ele já estava com a carga pronta, levando nossas bolsas.

Não sei como meu Pai amarrou aquela rede no pau. A rede ficou aberta com o colchão dentro e os dois pauzinhos finos, um de cada lado, abrindo a rede. Pai estava comigo no braço, aquela menina comprida e magra… Minhas pernas quase arrastavam meus pés no chão. Pai ajeitou o travesseiro fofinho e, vagarosamente foi me deitando na rede. Pai disse: “Não tenha medo, minha filha, você não cairá. Olhe o céu, veja como está bonito! Papai do céu vai aqui conosco. Pense em sua mãe lá em casa, esperando por você. Amanhã bem cedinho eu a acordarei quando chegarmos em casa, todos ficaremos alegres”…

Vou orar, filha e depois vou deixar você olhar o céu, mais uma vez e, então, cobrirei, com um lençol, a rede, pra você não sentir frio”. E Pai orou. Olhei o céu, achei tudo tão bonito! “Deus fez este céu para nós. Como Ele é bom”, pensei. Pai tirou meus sapatos, deixando-me só de meias. A cama era fofa e eu já estava com sono. Disse “A bênção, Pai”… “Deus te abençoe, minha filha”. Ele ficou cobrindo a rede com um lençol e eu nem o vi acabar de cobrir. Dormi até o outro dia.

Pela manhã, bem cedo, já perto de entrar na rua, o sol nascendo, Pai me chamou: “Acorda filha! Quer beber água?” Eu queria. “Vamos tomar café em casa. Agora quero que você vista, por cima deste, estes outros vestidos. Eu os tirei da bolsa”. E Pai foi colocando um vestido após o outro — seis ao todo. Ele não queria que Mãe tivesse um susto maior vendo-me tão magra, como um esqueleto! Até o meu lindo chapéu, de longas fitas de veludo vermelho, ele tirara pra eu o usar… Quanta delicadeza e amabilidade de meu Pai! Nunca me esqueci! Colocou os meus sapatos, pôs-me de pé (sempre me sustentando, pois eu não tinha forças pra ficar sozinha em pé)…

Sr. Manoel ajudava os homens a desamarrarem o pau da rede, dobraram-na, como Pai lhes dizia. Este a colocou na maçaneta da sela e em cima da maçaneta colocou o travesseiro, montou na burra e depois Sr. Manoel me entregou a ele que me sentou, naquelas alturas, cuidadosamente. Continuamos bem devagar, com cuidado. Cada passada da burra me doía toda… Mas agüentei até chegar em casa…

O sol brilhava, brilhava! Pai bateu na porta, chamando por minha Mãe. Sr. Manoel estava comigo. Meu Pai montou outra vez em Valença e outra vez me sentou. Seus braços me abraçavam. Minha Mãe apareceu e eu sorri. (Certamente não parecia um sorriso e sim uma careta, pois minha Mãe olhou-me surpresa). Sr. Manoel outra vez me sustentou e meu Pai desmontou, me pegando ao colo e dizendo a Mãe: “Vamos levá-la pra cama. A viagem foi longa, andamos toda a noite. Valderez está doente”…

Mãe começou a chorar e eu também. Mãe se refez, deu-me um beijo e eu lhe disse: “Mãe, a senhora está tão gorda”! Ela sorriu e foi tirar meu vestido, sapatos, chapéu e foi tirando outro, outro e outro vestido até o último. Aí foi que viu que era apenas um esqueleto… Recomeçou a chorar e Pai a consolou dizendo: “Mocinha, Abigail não ficou curada? Ela também. Logo, logo, ela engordará… Cuidaremos dela como cuidamos de Abigail. Agora ela dormirá um pouco, depois comerá pra poder tomar o remédio. Venha, vamos, Mocinha, os homens precisam comer, descansar, pra poderem voltar”. Eu estava feliz, mas estava sem forças. Dormi outra vez. Quando acordei meu Pai estava dormindo na outra cama, no mesmo quarto em que eu estava. Mãe preparou meu banho e só então, chamou o meu Pai para ele se alimentar, junto com o Sr. Manoel e os outros dois.

Pai agradeceu muito àqueles homens, pagou-lhes e lhes deu um dinheiro extra para que eles repusessem o pau no cercado do fazendeiro de onde eles tiraram.

A luta de minha Mãe era grande mas ela e Pai agradeciam a Deus pela minha vida e venceram. Deus lhes deu forças e meios para debelar aquela doença, sem levar nenhum de nós. A minha recuperação foi muito dolorosa — eu não podia me alimentar, a digestão não era feita e o que eu ingeria, a dieta do médico, era pouco demais, não me sustentava…

Deus, porém, não me quis levar e estou aqui, com 81 anos de idade. Eu deveria ter, naquela época, uns sete ou oito anos.

Mais das vezes eu pergunto ao Senhor: Senhor, meu Deus e Pai, porque me permitiste viver tanto? Eu te agradeço pela vida, pois gosto muito de viver e ver as coisas que Tu criaste, e que Tu me fizeste ter, como meus pais, meus avós, toda a minha parentela. Pelo marido que Tu me concedeste, os seus parentes, os amigos, crentes fieis que me serviram de exemplo, ao longo da vida, os meus professores, a oportunidade de estudar, as demonstrações de amizades sinceras, de amor cristão, o filho exemplar e a sua adorável esposa (nossa filha) e os nossos netos que nos são mais preciosos do que jóia de alto valor.

Sou grata por aqueles que nos têm servido que foram mais do que empregados, foram e são até hoje, nossos amigos… Por minha Pátria e, acima de tudo, o conhecimento das coisas eternas, a salvação em Cristo Jesus e todas as bênçãos advindas desta salvação. Pelo privilégio de gozar paz e comunhão contigo, ó Pai, a Tua Palavra, a Bíblia que colocaste em minhas mãos, ainda criança, o conforto e a orientação que ela nos dá, a fé, o amor, a esperança certa, o poder nos comunicar contigo, por meio da oração, a direção do Teu Espírito, o Amigo Melhor, o nosso Redentor, o nosso Advogado junto a Ti, ó Deus, o perdão, a tranqüilidade de saber “em Quem tenho crido”… O prazer de estar com Deus Triuno, o privilégio de Te louvar e adorar por tantas e tantas e tantas coisas boas da vida…

Quantas alegrias Tu me concedes, Deus Sublime, quando, extasiada, “contemplo os Teus céus, obras das Tuas mãos e a lua e as estrelas que estabeleceste”… (Salmo 8:3); as flores, as árvores, as frutas, as trepadeiras e avencas silvestres, os passarinhos, as aves maiores que nos surpreendem pelo colorido incrível de suas penas, e os animais maiores com a elegância do seu corpo e pelo luzidio, alguns pintados com absoluta arte, completos, perfeitos!…

Penso no pavão, num cavalo selvagem, numa zebra, num tigre, num condor, nas lindas cores das araras, dos beija-flores, nos canários, nas garças e cisnes, nos pintinhos e patinhos, nas estrelas do mar, nos peixinhos em suas múltiplas formas de cores, nos rios e nos aquários, nas pombas, nos coelhos, nas ovelhas macias; na beleza de muitos seres humanos, na pureza do sorriso de uma criança, na distinção, ternura e carinho dos que verdadeiramente se amam, sendo fieis ao seu amor…

Penso no lídimo caráter de alguns e na sua fidelidade a Ti, ó Pai. Todas estas coisas são lindas, boas, admiráveis e nos fazem bem. E tudo isto Tu criaste. Quão maravilhoso és Tu, Senhor, e muitíssimo mais Tu fizeste! (Salmo 8 ). Só posso exclamar: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão maravilhoso, (magnífico, admirável) é o Teu Nome em toda a terra”!

E coisas ainda maiores Tu tens reservadas para os que Te amam! (I Cor. 2:9). Alegro-me neste meu Deus e Pai. (I João 3:1-2) (Rom. 11:33-35).

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Imprimi esta postagem para Mamãe ler e corrigir. Quando terminou, estava com lágrimas nos olhos. Fiquei surpresa. Mamãe é uma fortaleza—o mundo pode estar se desfazendo mas ela continua firme! “O que foi, mãe?” “É porque eu vi de novo a imensidão do amor dos meus pais por mim. E, mais ainda, o amor de Deus.” Como seriamos todos felizes se a nossa perspectiva de vida fosse como a sua—sabendo-se filha do Criador e do Salvador do mundo, sem dúvida alguma que tudo que vê, e tudo que lhe acontece, está sob o controle dele. Este conforto é algo que nenhum darwinista pode ter.
Betty

3 Comentários a “A Minha Vida Ficou Mais Florida (4)”

  1. Raquel Marques disse:

    Bom dia Betty,
    Tenho que compartilhar que pensei muito em você e na Da. Valderez hoje pela manhã.
    Normalmente, eu e as meninas, fazemos o percurso de 20km de casa ao Mackenzie, “cochilando”. Porém, hoje a Amanda estava bem acordada e animada e eu tentando tirar aquele “velho e bom cochilo”, quando, no meio do caminho, a Amanda disse entusiasmada: “Mamãe, aquela árvore está com flores vermelhas”! Parecia que ela conhecia bem aquela árvore, talvez conhecesse mesmo, por passar por ali desde os 4 meses de idade e agora está com quase 4 anos. Abri os olhos curiosa e disse, confesso que meio sonolenta, “que lindo o que Deus fez, não é?”… e por aí não parou. Ela começou a prestar atenção em todas as árvores, pelo caminho, dizendo as cores das flores que encontrava: “vermelha, amarela, branca…purple” (misturava o português com o inglês)… e quando demorava para aparecer flores, ela dizia “olhe as árvores são verde escuro, verde claro, marrom…”. Ela ainda sugeriu para que eu observasse as flores do meu lado do carro… Bom, a essas alturas eu estava bem acordada e repetindo a ela (a Letícia estava dormindo) como Deus faz tudo colorido, lindo e perfeito. E, para finalizar, ela ainda cantou uma canção que aprendeu na aula de inglês:
    “Red, yellow, pink and green
    Purple, orange and blue
    I can sing a rainbow”

    Nossa!!! Que lição logo pela manhã, não?!!
    Ela daria uma ótima companhia para Da. Valderez.

    Abraços
    Raquel

  2. Oliveira disse:

    Cara senhora

    Gostei muito da sua frase que diz “… E a maravilha da perspectiva bíblica é que eu conheço as minhas origens, sei o meu destino e me deleito em propósito e significado.”

    Realmente muito bom.

    Saudações cordiais

  3. Eluziane disse:

    Amadas irmãs em Cristo!
    Acabei de ler todas as crônicas da “tia Delei”, confesso que algumas não consegui enxergar as letras tamanha a emoção de relembrar “tio Virgílio” me contando as histórias do jeito dele. Sentávamos na mesa da copa e ele ficava numa cadeira relembrando a infância tão cheia de acontecimentos. Foi indescritível!!!Emocionante!!! Trouxe à minha memória a presença de uma pessoa que me serve de modelo até hoje. A grande diferença é que tudo isso narrado por uma mulher tem cor e perfume diferentes. Doutor Virgílio criou-me na admoestação e no temor ao Senhor. Essa é a minha grande herança.
    Um grande e afetuoso abraço na tia que sempre chamou-me de Senhorinha Eluziane e a você Betty que tantas lembranças nos deixou.
    Obrigada pelos momentos de tão grande emoção!

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