MULHER MARAVILHA?

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Recentemente, uma amiga me encaminhou um e-mail, em inglês. Era algo que estava rodando na Internet entre as mulheres da família dela. Achei-o interessante, copiei (para tirar aquelas linhas laterais que tanto atrapalham a leitura), fiz uma pequena introdução e re-enviei-o (algo que raramente faço) para minha irmã, minha filha, minhas cunhadas e algumas sobrinhas. Coloquei um “bcc” (cópia cega) para meu marido. Quando vi, ele já havia feito a sua própria adaptação e mandado para maridos amigos. Apreciei a conclusão que ele colocou, e a sua vontade de ser sensível ao assunto.

À noite, fiz a tradução para o português e tentei “desamericanizar” algumas coisinhas. Creio que 99% das mulheres irão se reconhecer nesta “Mamãe”, pelo menos em alguns detalhes do seu dia-a-dia, ainda que algumas de nós tenham o privilégio de delegar ou compartilhar certas tarefas.

Colocarei a mensagem agora, primeiro na sua “forma feminina” (com a introdução citada acima) e, em seguida, com sua “conclusão masculina.” Depois farei mais alguns comentários. Eis o texto…

(Para as mulheres da minha família: Sei que nós todas temos maridos fenomenais, mas penso que vocês talvez gostem de ler isto, e depois agradecer a Deus pela sua capacidade de coordenar muitas tarefas simultaneamente (multitasking) e pela energia que Ele lhes dá. Que possamos sempre entender que Ele espera que usemos estes dons em amor e gratidão a Ele, e para Sua glória, ainda quando os nossos esforços não forem percebidos ou apreciados pelos beneficiários imediatos. ☺

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Mamãe e Papai estavam assistindo a TV quando Mamãe falou, “Estou cansada e está ficando tarde. Acho que vou p’ra cama”.

Ela foi para a cozinha e fez sanduíches para os lanches do próximo dia. Lavou alguns copos, escolheu o feijão e o arroz, encheu o açucareiro, pôs a mesa para o café da manhã, tirou a carne do congelador para o jantar, e colocou o café ao lado da cafeteira. Estendeu algumas roupas molhadas, ligou a máquina de lavar, passou ferro numa camisa e ainda pregou um botão.

Guardou as peças do jogo abandonado na mesa, apanhou duas revistinhas, devolveu o telefone sem fio à base e colocou a agenda telefônica na gaveta. Aguou algumas plantas, esvaziou o cesto de lixo e pendurou uma toalha.

Bocejou e espreguiçou-se, e continuou em direção ao quarto. Parou ao lado da escrivaninha e escreveu um bilhete para a professora, separou algumas notas para as despesas do passeio escolar e puxou um caderno “escondido” de debaixo do sofá. Endereçou o envelope de um cartão de aniversário e começou uma lista de supermercado. Colocou ambos ao lado da bolsa.

Mamãe então lavou seu rosto, passou loção hidratante noturna e creme anti-rugas, escovou os dentes e lixou as unhas.

Papai chamou: “Pensei que você ‘tava indo p’ra cama”. “’Tou indo”, ela respondeu. Mas aí ela foi colocar água na tigela do cachorro e colocar o gato para fora. Depois verificou se as portas estavam trancadas e se a luz da varanda estava acesa. Deu uma olhada em cada filho, desligou luzes e som, pendurou uma camisa, apanhou algumas meias sujas e teve uma breve conversa com o filho que ainda estava acordado fazendo o dever de casa.

Já no seu próprio quarto, ajustou o despertador, escolheu as roupas para vestir no dia seguinte e colocou o celular para carregar. Lembrou-se de mais três coisas para adicionar à lista das coisas mais importantes para fazer. Parou para orar e procurou visualizar as suas metas para o dia seguinte sendo realizadas.

Mais ou menos nesta hora, Papai desligou a TV e avisou a ninguém em particular. “Vou p’ra cama”. E foi… sem pensar em mais nada.

Há algo extraordinário aqui? Você já parou para pensar porque as mulheres vivem mais…? É PORQUE ELAS FORAM FEITAS PARA DURAR… (não podem morrer antes, porque têm mais coisas para fazer!!!!)

Mande isto para algumas mulheres fenomenais hoje… Elas irão lhe amar. Acabo de fazer isto. E AÍ, VÁ P’RA CAMA!!!

(Término, na Versão para os Homens)
Mande isto para alguns maridos fenomenais hoje… eles amarão suas esposas ainda mais! Acabo de fazer isto.

VOCÊ AÍ, NO SOFÁ: AJUDE SUA MULHER ANTES DE IR P’RA CAMA!

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Enquanto passei pelo processo do qual tanto gosto—traduzindo (escolhendo palavras que conseguem passar o mesmo sentido que aquelas do texto original), continuei pensando sobre a mensagem embutida na narrativa original. Será que tudo que vem ao nosso pensamento enquanto lemos é positivo—será que contribui?

Creio que primeiro vem certa satisfação com a expressão daquilo que sempre sentimos, mas que nunca soubemos articular tão bem. Apreciamos o reconhecimento da nossa disposição e capacidade “multifuncional” como esposa, mãe e “dona de casa”. Num enlevo espiritual, podemos até enxergar que a nossa propensão para planejar e lidar com muitos detalhes é algo muito especial que Deus nos concedeu.

Entretanto, num segundo momento, surge uma insatisfação com os maridos/homens da nossa vida. Foi minha preocupação com esta última reação que ocasionou a introdução enviada para as mulheres da minha família.

Ao ler a sugestão final do meu marido, perguntei-me: Até que ponto é que precisamos / queremos que nossos maridos participem nos cuidados diários do lar? Se prestarmos atenção à mídia, ficamos com a nítida impressão que os nossos homens não nos amam do jeito que deveriam se eles não dividem as tarefas domésticas conosco meio-a-meio. “Nesta semana você vai fazer isto, isto, isto…. Semana que vem será aquilo, e mais aquilo…”

O mundo ideal realmente seria um em que os homens se ocupassem com mais ou menos metade de todos estes detalhes? Até que ponto estamos absorvendo erroneamente o que estão nos ensinando? Até que ponto os nossos maridos realmente são insensíveis e precisam de ter uns bons conselheiros quando a nossa situação não é bem esta? Será que tudo que as mulheres aprenderam e fizeram no passado deve ser considerado obsoleto? As diferenças entre homens e mulheres são realmente restritas, quase inteiramente, a apenas a aparência e ao grau de força física? Devemos concluir que o reconhecimento e aproveitamento da propensão masculina ou feminina para melhor desempenhar certos empreendimentos é apenas invenção de homens machistas do passado? Será que Deus verdadeiramente pretendeu que não tivéssemos funções distintas, e que nossos papéis devessem ser intercambiáveis?

Existem papeis para serem cumpridos? Ou não? E mais, como chegar a uma divisão harmônica de tarefas se muitas das coisas que nós, mulheres, vemos como necessárias, são percebidas por nossos maridos como “supérfluas”—mais ligadas com a nossa percepção de estética e organização do que com a utilidade e praticidade? Existe uma nova receita para alcançar a felicidade que dizem ter sido sempre negada às gerações que nos antecederam?

A mulher da narrativa, de fato, não parece infeliz. Dá a impressão de ter assumido aquilo como “normal”, apesar de ser cansativo. Somos nós que ficamos nos perguntando se ela deveria continuar em situação semelhante, ou se estaria na hora de declarar um “basta!”, entrar em greve, colocar os “pingos nos ‘i’s”, considerar até livrar-se daquele “preguiçoso”….

Fui chamada recentemente para opinar a respeito de uma troca de idéias entre duas jovens cristãs sobre como deve ser visto e trabalhado o relacionamento conjugal de maneira cristã (pela Internet). Uma já é casada e a outra está pensando no assunto. Creio que está sendo muito mais difícil para elas do que foi (e é) para mim, porque meu amor por meu marido automaticamente incluiu assumir o papel de administradora do nosso lar. Eu me sinto bem e realizada neste papel e não gostaria de abrir mão dele. De fato, evito, às vezes, o envolvimento do meu esposo em várias áreas porque só me atraso tendo que explicar e argumentar respeitosamente por que o meu jeito é melhor do que aquele que sua mente analítica (mas definitivamente mal-informada!) imediatamente tenta implementar…. ☺

Minha satisfação como esposa tem sido facilitada porque sempre tenho sido a “ajudadora” de uma pessoa comprometida com o reino de Deus—que raramente fica no sofá ou no computador brincando ou assistindo jogos ou filmes enquanto eu estou suando por aí. (Normalmente, eu tenho que ficar atrás dele para descansar mais, relaxar um pouco… E possibilitar isto… Não nego que existem vezes que eu fico chateada, pensando que ele poderia estar um pouco mais atento ao meu cansaço também, mas, frequentemente, percebo posteriormente que é ele que já está “rodando com o tanque na reserva”.)

Também, desde que chegaram nossos filhos, tenho exercido minha profissão (tradutora / escritora) em casa, o que me dá certa flexibilidade para administrar o lar e servir em alguns ministérios relacionados com minha fé. Entretanto, conheço mulheres que se vêem trabalhando fora o dia inteiro e que convivem bem com maridos que chegam em casa e que querem tudo na mão—alguns descrentes e outros não. Algumas de nós ficam pasmas ao perceber que elas conseguem viver contentes em circunstâncias que não consideramos ideais e, talvez, nem sofríveis. Como será que conseguem? Será virtude? Sabedoria?

Percebo, portanto, que a única solução para acabar com o nosso estresse não se encontra apenas numa melhor divisão de tarefas entre o casal ou na contratação de mais ajuda… Não estou dizendo que estas opções são inválidas… Entretanto, muitas vezes elas não cabem na nossa realidade. E podem terminar gerando brigas (ou dificuldades financeiras) e, eventualmente, separações…

As moças que citei lá em cima ficaram de re-escrever o seu diálogo virtual (tirando ou adaptando detalhes dos e-mails que não devem ser de foro público), para eu possivelmente postar com mais alguns comentários. Por enquanto, só quero concluir afirmando que nós, mulheres, podemos encontrar contentamento e nos sentirmos realizadas quando nutrimos um relacionamento diário com o nosso pai divino (através de meditação, oração e vida consciente da sua presença) para podermos enxergar e apreciar a sua soberania sobre todos os detalhes da nossa vida. Ele nos dará entendimento e forças para praticar o amor abnegado como ele é delineado em 1 Coríntios 13, no espírito de submissão de Colossenses 3.18, enraizado no contexto do capítulo inteiro.

Ainda se Ele fizer o mesmo no coração dos nossos maridos, dando a eles disposição e/ou condições de aliviar ou suavizar parte de nossa carga, de uma coisa tenho absoluta certeza—isto não resultará, necessariamente, numa “divisão meio-a-meio” das tarefas do lar. Notem que estou tentando escolher minhas palavras com cuidado. Não falei que não deve existir “divisão nenhuma” dos afazeres num lar cristão construído em bases bíblicas. Especialmente num lar onde a mulher também estiver ausente durante o dia (ou parte dela). Apenas disse “divisão meio-a-meio”.

Também não estou dizendo que os nossos antepassados fizeram tudo certinho. Creio que a presente situação (poucos casais são mais felizes do que antigamente enquanto as famílias estão perdendo as mães como o elemento agregador) é resultado direto de uma ênfase desproporcional na submissão da mulher, feita no passado, por homens que se esquivavam de atentar à multiplicidade de instruções divinas sobre a qualidade do amor e trato devido às esposas que haviam entregado as suas vidas aos seus cuidados.

O que questiono é se as novas diretrizes que estão sendo promovidas para o relacionamento matrimonial, onde as mulheres medem, controlam e fiscalizam o desempenho do seu companheiro no cuidado de casa e filhos, nos levaram para um patamar melhor.

Releia a história e tente imaginar quantos itens concretos poderiam ser assumidos pelo homem da casa (ou por nossos filhos—quem parou para pensar neles como opção de ajudantes merece uma salva de palmas!) Só quero que você perceba que o cumprimento de grande parte das coisas que esta mãe fez surgiu exatamente daquilo que nos faz “feminina”—o nosso jeito especial de ser—de querer cuidar e ajudar, de prevenir e facilitar, de dissipar feiúra e adicionar beleza, de distribuir amor e criar sabor, de arrumar e enfeitar, de estimular alegria e afugentar tristeza, de confortar, aliviar e promover harmonia … Será que não foi para isto mesmo que fomos equipadas por Deus?

Será que preciso aceitar que deveria realmente abrir mão da noção de que pode ser um prazer e privilégio ter uma área da vida que é minha, onde sou mãe, esposa e “dona de casa”, até exaustão, se eu quiser? (Gosto do termo em inglês—homemaker—criadora do lar.) Será que estou enganada em crer que minha criança adormece melhor nos meus braços porque meu corpo (menos angular) foi desenhado para ninar, minha voz (mais suave) foi feita para sossegar, e minha presença (constante) lhe permite sentir-se segura. Creio que não, não estou enganada; não estou errada, nem fui ludibriada…

Será que tenho “instinto maternal”? Posso prever alguns perigos ou perceber certas oportunidades com minha “intuição feminina”? Parece-me que tenho e posso. Deus me concedeu habilidades e atributos, qualidades e características que meu marido não tem e provavelmente nunca terá… E deu a ele outras qualidades que abençoam o nosso lar e o reino dEle…

Compreendo que terei mais chance de ser feliz (e minha família também) quando eu entender e aceitar isto… Opto, diariamente, por não me considerar “vítima” ou “explorada” enquanto artigos, programas e amigos tentam (e, às vezes, conseguem) me seduzir ao descontentamento, focando mais nos meus direitos do que nos meus deveres e, pior, questionando tudo que aprendi e vivi até agora… Não acho errado repensar e re-avaliar, se fizermos isto à luz da revelação divina. Fazendo isto, entendo que eu, Betty, como filha do Criador de homens e de mulheres, existo para ser companheira do meu marido de modo que o resultado possa se parecer um pouco com o que está descrito em Provérbios 31.11 e 12, 23, 28 e 29.

Acho que falarei mais sobre isto, talvez, num futuro não muito distante…. Agora estou cansada e quero ir para cama. A caminho, vou tirar carne do congelador, checar se tem refrigerantes, leite e sucos na geladeira e conferir a preparação da mesa para o café da manhã… E também organizar tudo mais para poder sair amanhã cedinho com amigas hóspedes de Manaus que querem comprar roupas no Bom Retiro e conhecer as múltiplas ofertas da Rua 25 de Março.

Vou ainda escolher roupa e sapatos, esvaziar a bolsa prevenindo contra possíveis ladrões, vasculhar a Internet e imprimir um mapa para localizar a loja que vende o produto que elas procuram, separar remédios… Tenho que aguar as plantas (no meio da noite pois elas ficam no lado de fora da janela e não quero molhar as pessoas que passam em baixo), escrever instruções para fazer o almoço e adiantar o jantar, desforrar a cama, fechar as janelas, ligar o ventilador… Finalmente, vou coçar as costas do meu marido (ainda no computador preparando-se para a reunião que irá presidir amanhã) e ajustar o despertador…

Irei me deitar, na presença de Deus, dando graças a Ele porque me deu um lar para administrar, e forças para servi-lO durante mais um dia, enquanto já me antecipo no planejamento do próximo… Pedirei perdão pelos momentos em que critiquei e resmunguei, reclamando e duvidando da sua sabedoria e graça… E orarei para que meu sono possa ser restaurador, diminuindo (ou eliminando) a dor nos meus pés… Betty

13 Comentários a “MULHER MARAVILHA?”

  1. Olá, Betty! Já acompanho seu blog há algum tempo, não lembro muito bem como o encontrei, mas, em fim, hoje resolvi comentar. Já havia lido o texto citado, que tem sido repassado pela internet, mas achei muito interessante seus comentários a respeito dele. A mulher que tem uma jornada como a da narrativa é considerada por muitas de nós, escravas do lar e de seus maridos “folgados”. Realmente suas considerações nos fazem olhar a coisa por um outro ângulo. Obrigada por nos conceder essa possibilidade. Um abraço!
    celia.

  2. Noemí Lucília Sores Ferreira disse:

    Betty:

    Recebi de uma sobrinha a sua crônica “Mulher Maravilha?”. Já a conhecia; tenho-a arquiva no computador. Pus o seu blog nos meus “favoritos”. O que me encantou foi o seu comentário, enriquecendo a crônica. Tão objetivo e acertado! Concordo em gênero, número e grau com os conceitos emitidos por você, apoiados por seu marido. Vejo o papel da esposa hoje, exatamente como Deus planejou no Éden: Deus criou a mulher para ser ajudadora idônea, companheira.

    Tenho uma amiga, defensora pública, que diz: “Quem quiser saber o saldo dos movimentos feministas, passe uma tarde numa vara de família”.

    Eu procuro preservar o retrato da “Amélias”. A meu ver, Amélia” era uma grande companheira, até na pobreza.

    Ser a ” mulher maravilha” da crônica e dos conceitos emitidos por você é um privilégio. E eu procuro preservar esse meu papel no meu lar.

    Um abraço.
    Noemí Lucília

  3. Darice disse:

    Beth:
    Hoje estava vasculhando vários sites referentes ao Dia Internacional da Mulher e resolvi entrar no seu blog prá ver oq ue vc teria escrito. Deparei-me com sua adaptação sobre aquela Mulher MAravilha(?). Eu já conhecia, mas a recomendação que Solano fez para os homens foi muito interessante.
    Concordo com você quando disse que ela não se sentia obrigada a fazer o que fez. Simplesmente fez. Não se queixou, nem resmungou. Simplesmente fez, como sendo um trabalho corriqueiro que estava dentro daquilo do programa diário dela. Cansativo? sim, mas prazeiroso,porque fazia o que achava que deveria ser feito. Beijos. Darice

  4. Carlos Henrique disse:

    Betty,

    Mais um texto maravilhoso!

    Ao ler o texto minha primeira reação foi desejar que minha esposa entendesse suas atividades com esta mesma sabedoria. Mas esta é uma reação humana pois o Espírito Santo que habita em mim lembrou-me de Efésios 5.25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” e também no versículo 28: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. quem ama a esposa a si mesmo se ama”.

    Quem sabe se eu amá-la no modelo de Cristo ela sinta-se melhor no que faz, o problema é que sempre esperámos que o outro mude ou o outro note o outro isso, o outro aquilo.

    Rogo ao Bondoso Deus que me dê a felicidade de amar minha esposa como Cristo amou a Igreja e também que eu a ame como a mim mesmo.

    Deus tem misericórdia de nós!

    Em Cristo,
    Carlos Henrique.

    Ps.: Mulheres estes textos são o meu norte, caso queiram o seu, leiam em sua Bíblia Sagrada, a palavra de Deus: Efésios 5.22-24.

  5. betty disse:

    Querida Noemi Lucilia:
    Agradeço as suas palavras de encorajamento e concordância. Você já leu o livro “Conte Comigo” de Wanda de Assumpção (Editora Mundo Cristão)? Também segue nesta linha.

    Você falou em “Amélia” e aí fiz algo que já queria fazer há tempo–descobrir a origem do termo. Nossos dicionários não têm nada, mas encontrei algo na Internet e vejo que o nome popularizou-se através de uma música de samba de 1941. Não sei bem se a gente deve encaixar-se inteiramente nas descrições que eles colocam (serviçal, passiva) mas o restante cabe bem. Como você diz–ser boa companheira deve ser o nosso alvo. A sua amiga promotora tem razão. Ela deve ver muitas famílias arruinadas porque as mulheres estão afastados do lar, ainda que nem sempre seja por escolha própria, pois muitos pais abandonam suas famílias. A mesma coisa pode ser percebida nas escolas, onde os pais querem que estas façam dos seus filhos “cidadões do mundo” equilibrados, seguros, cheios de auto-estima, educados, não mais completando mas substituindo o ensino do lar.

    Mário Lago: um dos mais cultos compositores da MPB, além de radialista, artista de teatro e TV, carioca, nascido em 26/11/1911, ativista político, escreveu a letra, um verdadeiro poema popular onde um protagonista confronta sua atual mulher com sua ex, mulher que ele havia perdido; a atual, a quem o tal protagonista se dirige, é exigente, egoísta, “Só pensa em luxo e riqueza” enquanto a anterior é um exemplo de virtude e resignação – “Amélia não tinha a menor vaidade, (….) achava bonito não ter o que comer…”. A atual é a realidade incontestável, amarga; a ex é o passado, uma saudade idealizada na figura da mulher perfeita, segundo os padrões dos anos 40.
    Este maravilhoso poema popular recebeu de Ataulfo Alves uma de suas melhores melodias, expressando musicalmente o espírito da letra; segundo Mário Lago, “Amélia nasceu de uma brincadeira de Almeidinha, irmão de Araci de Almeida, que sempre que se falava em mulher costumava brincar – ‘Qual nada, Amélia é que era mulher de verdade. Lavava, passava, cozinhava….'”. Então, Mario Lago
    achou original aquela frase e que daria samba; na realidade Amélia era uma lavadeira que servia à família de Almeidinha, mulher lutadora, que sustentava nove filhos….
    Com a letra pronta Mário pediu a Ataulfo que a musicasse; Ataulfo fez a tarefa mas mudou algumas palavras para dar “mais certo com a música” e aumentou de doze para quatorze versos, fato que desagradou Mario, mas que acabou concordando.
    Foi gravada pelo próprio Ataulfo pois nenhum dos grandes cantores da época aceitou gravá-la…

    Acompanhado por um improvisado conjunto, batizado de Academia do Samba, onde Jacó do Bandolim participou da gravação fazendo a introdução. Foi tão grande o sucesso de público que seus autores resolveram inscrevê-la para o concurso de carnaval de 1942, que seria no estádio do Fluminense Foot-Ball Club, com o julgamento por meio de aplausos do público….

    O outro grande sucesso e concorrente direto era “Praça Onze” de Herivelto Martins e Grande Otelo; mas como foi impossível saber qual das duas fora mais aplaudida a solução foi dar o premio de primeiro lugar às duas, fato que agradou toda a platéia….
    O nome amélia passou a ser verbete de Dicionário, sendo citado nos dicionários Hoaiss e Aurélio, como sinônimo de “mulher amorosa, passiva e serviçal”. Dárcio Fragoso (http://www.paixaoeromance.com/40decada/amelia41/hamelia.htm)

    Wikipedia: Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi um compositor, letrista e ator brasileiro…. Autor de sambas populares como “Ai, que saudades da Amélia” e “Atire a primeira pedra”, ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50, ajudando a tornar o samba a mais representativa música brasileira….

    Suas composições mais famosas são “Ai que saudades da Amélia”, “Atire a primeira pedra”, ambas em parceria com Ataulfo Alves;…
    Em “Amélia”, a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que “Amélia” tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.

    Fico contente que você esteja procurando preservar o seu papel no lar.
    Abraços da irmã em Cristo, Betty

  6. Darice disse:

    Bethy:
    Apreciei bastante o seu “Mulher Maravilha?”. Você esgotou tudo sobre esta mulher, especialmente visualizando a mulher cristã, que se vê como a verdadeira ajudadora, auxiliadora, enfim a “construtora do lar”.
    Na minha visão, a mulher crente consciente de seu papel, ainda que seja profissional, uma executiva, ou ocupe qualquer outro papel de destaque na sociedade moderna, ela sempre encontra lugar para cada tarefa que desempenhe no tempo próprio, porque ela saberá remí-lo, como aconselhou o apóstolo Paulo.
    Não existe maior exemplo do que aquela descrita no capítulo 31 de Provérbios, quando ela desenvolvia tantos afazeres e a tudo dava conta, sem se queixar, inclusive era uma profissional, mas também desempenhava o papel de dona de casa e de esposa, tanto assim que recebeu o reconhecimento do seu marido quando afirmou que muitas teriam obrado virtuosamente, mas que ela a todas sobrepujava.
    Essa é a mulher ideal, mesmo quando muitos autores colocam as formas mais diversas dessa mulher, esquecem-se contudo, que, o que faz ser uma mulher ideal, é quando ela é temente ao Senhor.

    Ontem tive oportunidade de dirigir uma Reunião Inspirativa da nossa Federação, quando todas nós fizemos uma Oração por todas as mulheres presentes e aquelas que não estavam, com o seguinte título, que até vc já tenha ouvido, mas que gostei muito e que deve ser sempre essa oração, lembrando que é do Senhor que encontramos forças e capacidade para desenvolver tantas responsabilidades. Vejamos: “Lembra-te, SEnhor! Lembra-te SEnhor, de todas as mulheres que administram, mas muito mais daquelas, que dirigindo, colaboram com a obra da criação, mantendo a paz, a tranquilidade e a concórdia entre os homens. Lembra-te das mulheres que fazem da escola o seu lar, mas muito mais daquelas que educando os filhos dos outros, agem como se fossem os seus, dando-lhes, amor, alegria e educação. Lembra-te das mulheres que com uma pitada de sal temperam os alimentos, mas muito mais daquelas que com prazer fazem do simples uma iguaria finíssima. Lembra-te das mulheres que mantém a limpeza do lar, que é o lar de toda a família, mas muito mais daquelas que, limpando, dão um toque e nobreza aos ambientes mais humildes. Lembra-te de todas as mulheres, mas principalmente dos homens para que possam tratá-las com amor, com fidelidade e suas verdadeiras companheiras.”
    Tem outros pedidos, ainda, mas eu acrescentaria dizendo: Lembra-te, Senhor, daquelas mulheres que são tuas filhas e realizam o teu trabalho, mas também lembra-te daquelas que não são ainda e que possam ter a oportunidade de se fazerem Filhas de Deus porque crerão no Teu Nome.
    Que assim seja!

    Muitos outros foram os escritos, mas eu desejaria que cada uma de nós pudesse realizar com fidelidade todas as tarefas que o Senhor pôs sobre os seus ombros, porque Ele não colocou mais do que puderíamos realizar.

    Um abraço amigo e que Deus tenha te abençoado muito mais no teu “Dia”, como Mulher cristã que és.
    Darice

  7. adorei o texto sobre a mulher maravilha!!!
    senpre que puder eu irei ler…

  8. Achei sensacional este texto!
    Acho que cada mulher que conheço vai se identificar com essa mãe e dona de casa.
    Amanhã, vou ler este texto num encontro de quase 200 mulheres, onde serei palestrante. Obrigada!

  9. betty disse:

    Olá, Marta:
    Que bom que você gostou! Espero que as senhoras ouvintes consigam sair dali, não sentindo-se como vítimas, mas animadas com sua capacidade e criatividade como mulheres para servir a Deus no lar, igreja e sociedade em que se encontram, prontas para continuar sendo maravilhosas e bondosas enquanto, com jeito, paciência e carinho, incentivam e ensinam aos outros membros da família a se enxergarem como contribuintes regulares para o bem-estar mútuo também, participando conforme sua idade, dons e tempo.
    Abs, Betty

  10. Fatima Bié disse:

    Maravilhoso o seu comentario.o que eu mais gostei , foi quando disse em desarumar a cama ,abrir a janela e ligar o ventilador,coçar as costas do marido.O homem ainda é o nosso grande companheiro.

  11. DUCARMO disse:

    Oi Betty

    Amei o seu blog, simples e direto, faço parte de um grupo de palestrantes para familias e o seu comentário valeu demais para minha próxima palestra na qual irei falar sobre o papel de Marta e Maria, vendo o seu comentário da “Mulher Maravilha” me inspirou bastante.
    Deus continue te iluminando.
    Bjus

  12. Olá Bety, estava fazendo um trabalho escolar e li parte do seu blog e amei, vou tentar acompanhar, no momento meu mundo esta de ponta cabeça, leia o meu blog–” cancer de boca falando de peito aberto”, acho que tenho muito que aprender no seu blog. beijo INES

  13. Sereny Cardoso disse:

    Ola Bety, o seu blog e maravilhoso, amo cada cronica, me encontrei na Mulher Maravilha, e, queria muito uma Valderez em minha vida, “Filhos Adultos no lar.
    obrigada por tanto aprendizado, Deus a ilumine mais e mais.

    abs Sereny

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