“Bullying” para acabar com “bullying”?

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Na semana passada, cheguei na sala de estar e encontrei minha sogra Valderez cochilando diante da TV. Estava ligada na série Malhação, dirigida a adolescentes. Na tela, um senhor aparentemente gay humilhava os rapazes de um colégio dentro de um ambiente que parecia ser um ginásio. A princípio, achei que era aula de educação física. Com rosto e gestos de desprezo, estava obviamente atacando aqueles que queriam ser “machistas”. Forçou-os a colocarem saias de balé. Enquanto isto, discursava, de maneira irritada e desafiadora, contra “preconceito”. Fiquei estarrecida com a cena mais gritante de bullying por um professor que já vi na vida. E olhe que tive alguns professores craques em humilhar seus alunos psicologicamente! Pensei—será que ninguém enxerga que isto é bullying?!

Hoje fui p’ra Internet para saber mais sobre o assunto e para ver se alguém mais teve esta mesma reação sobre aquele programa. Não passei muito tempo procurando, mas apenas encontrei repetecos daquilo que a Globo escreveu sobre o assunto. (Podem ler no fim deste comentário). Descobri que o professor era um diretor de teatro convidado para a Semana Literária do Colégio Quadrante e que o programa todo foi construído CONTRA o bullying. Parece que quando é por uma causa politicamente correta, professor não apenas pode deixar a literatura para trás, mas pode pegar uma turma para agredir verbalmente e humilhar à vontade. Será que pode mesmo? Pais, pensem! Qual a opção de comportamento que sobraria para o filho de uma família crente se ele estivesse inserido naquele ambiente criado pela Globo?

Eu não vi o que veio antes, nem o que aconteceu depois. Não estou dizendo que os meninos “hétero” fizeram coisa boa. Mas afirmo que VIVEMOS NUM MUNDO ONDE AS PESSOAS ACABAM LEGITIMANDO AQUILO QUE CONDENAM, EM PROL DAS CAUSAS QUE APROVAM. O que aquele professor fez para tentar corrigir aquilo que percebia como erro também foi bullying. Ele usou sua posição e autoridade para intimidar e manipular seus alunos psicologicamente a fazer algo contra a sua vontade e, mais ainda, talvez contra a sua consciência.

Temo que, mais e mais, os nossos filhos e netos serão sujeitos a isto nas escolas seculares que pretendem promover ações contra “preconceito”. Declaro que humilhar é errado em qualquer contexto.
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http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/Vem-por-ai/noticia/2012/10/contra-o-preconceito-excelsior-da-aulas-de-bale-para-turma-do-2-ano.html
Contra o preconceito, Excelsior dá aulas de balé para turma do 2º ano
Professor de teatro não gostou de brincadeira de mau gosto de Orelha
19/10/12 às 15h42
Com Marcela, Excelsior prepara uma aula de balé
Zé Excelsior (Luís Salém) não quer saber de bullying no Colégio Quadrante. Depois de Orelha (David Lucas) zoar Rafa (Rodolfo Valente) na aula de interpretação, o professor de teatro resolve dar uma lição aos alunos.
Com ajuda de Marcela (Danielle Winits), Excelsior prepara uma aula de balé para a galera do 2º ano, com direito a tutu: “Quero ver quem é macho o bastante para vestir um tutu”, desafia o professor.
Os meninos da turma começam a reclamar e Marcela se mete. “Quem está no comando hoje é o Zé Excelsior. E não acho palhaçada! É bom pra entender e respeitas as diferenças”, diz.
Rafa toma coragem, veste o tutu e os meninos acabam seguindo o exemplo. “Meninos, não fiquem envergonhados. Essa é a grande magia do teatro. No palco, podemos ser tudo: homem, mulher, criança, velho, bicho, árvore… só não tem espaço pra ser preconceituoso”, incentiva Excelsior.
Os meninos acabam relaxando e todos participam da aula de balé. Não dá para perder esta cena, né? Não perca a sequência, que vai ao ar nesta segunda-feira, dia 22/10.

14 Comentários a ““Bullying” para acabar com “bullying”?”

  1. […] que foi exibido no dia 22/10/2012. Após ler uma crítica ao programa detalhada neste blog: cronicasdocotidiano.com/?p=1206, assisti ao episódio por curiosidade, confirmando e estranhando o abuso de autoridade do […]

  2. Guilherme disse:

    O cinismo é legitimado pela falta de poder de resposta. Como cidadãos, somos invadidos por esse tipo de lixo e não podemos responder à altura, por falta de espaço, de mídia, de legitimação da nossa voz.

    Sobra o sentimento de ser atropelado por um regime que beira o nazismo.

  3. tania cassiano disse:

    Betty,

    Estava com saudades! Muito bom o texto, serve para que professores não imitem a série, e pensem seriamente em defender aquilo no qual acreditam, mas sem atentar em ferir sensibilidades. Isso é educar? Procurei essa semana o livro do Presb. na Luz e Vida, falando sobre Os que estão ensinando aos nossos filhos, mas não encontrei. Um alôzinho para a editora!
    Abs.
    Feliz Natal e que o Senhor continue abençoando-os!

  4. Anônimo disse:

    Sofro bullying na escola… e não acho que seja certo fazer uma coisa dessas mesmo se a pessoa tem algum tipo de preconceito contra você, como um professor o dever dele é chamar e repriender e não praticar bullying em um aluno para ensina-lo sobre isso

  5. Dalvina disse:

    Betty, por acaso passei por aqui e vi uma publicação sua, a última foi em 2010, se não errei feio, amei o artigo e gostaria de receber notícias. Um abraço.

  6. eovaon disse:

    Você que escreveu esta crônica, leva tudo ao pé da letra!!!

    A série Malhação apenas deu um castigo para quem faz o bulling. Só isso.

  7. betty disse:

    Prezado Robson: Será? E se alguem que discordar do ponto de vista do seu (futuro?) filho(a) ou sobrinho(a) fizer algo parecido com ele/ela? Ou com você mesmo? Vamos dizer que seja por alguem do lado contrário – que ache que o homossexualismo seja pecado. Aí você não o acusaria de PRE-conceito, “racismo”, intolerância…? Você não iria querer ensiná-lo bons modos, denunciá-lo aos seus superiores!? Ou você diria a si mesmo ou à criança ou jovem — não leve tudo ao pé da letra!!!! Por que dois pesos e duas medidas? Humilhar SEMPRE é errado!

  8. Silene disse:

    Boa noite!
    Tem sido uma benção seus escritos em minha vida. Sua maturidade cristã tem me estimulado a buscar uma vida mais em conformidade com a Palavra. Muito obrigada por esse tempo que dedicou no trabalho desse site. Grande abraço!

  9. betty disse:

    Obrigada pelo encorajamento, Silene. Que Deus a abençoe ricamente.

  10. Lívia disse:

    Oi, Betty!

    Estou acompanhando o seu blog. Cheguei até ele pesquisando sobre a tireoidectomia. Você não escreve mais?

    Espero que esteja bem.

    Abs,

    Lívia

  11. Solano disse:

    Lovely –> http://www.cronicasdocotidiano.com/?page_id=2

    Hora de começar a postar novamente as coisas que vão somente no Facebook e que ficam difíceis de encontrar depois…

  12. betty disse:

    Pois é. Cadê tempo?

  13. Evinha disse:

    Olá dona Betty, sou bisneta de dona Cremilda. Senhora na qual trabalhou em sua casa à alguns anos atrás. Para ser mais precisa em Recife/ Pe.
    A Alguns dias atrás ,estava vovó Cremilda e eu conversando sobre a vida. Foi quando ela me contou da senhora. (Uma tal de dona Betty com que ela e minha avó lucielma trabalharam) daí arrumando suas coisas eu encontrei uma carta da senhora para ela, de 2010. Foi então que eu tive a ideia de entrar em contato. Enfim, só queria dizer que você e sua família são lembrados com muito carinho por minha bisa; a mesma não pode fazer isso, então me senti na obrigação de fazer isso por ela. Que Deus continue abençoando vocês! ☺

  14. betty disse:

    Querida Evinha: Que maneira criativa de me encontrar – via o blog. Nunca mais escrevi nele, mas ainda respondo a comentários. Pretendo escrever via o e-mail ligado ao seu comentário, para que possamos conversar privadamente. Um grande abraço de “dona Betty”

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