Marta e Maria (e o Que Elas Têm a Ver Comigo?) Parte III

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Parte de uma Série:

  1. Marta e Maria (e o Que Elas Têm a Ver Comigo?) Parte I
  2. Marta e Maria (e o Que Elas Têm a Ver Comigo?) Parte II
  3. Marta e Maria (e o Que Elas Tem a Ver Comigo?) Parte III

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Na primeira postagem desta série, tentei transmitir um vislumbre do nosso retiro em família (com algumas pessoas “extras”) no fim de junho. Procurei retratar aqueles momentos que ficaram nas nossas memórias como singulares e efêmeros mosaicos sendo formado por 15 pessoas. Éramos parentes e amigos que retomavam o convívio após anos e até décadas de separação.

A maioria de nós já havia se complementado por longos períodos previamente, como elementos de outros mosaicos – escolhidos, polidos e colocados lado a lado com muita criatividade pelo supremo artista divino. Eu com minha irmã, há muitos anos, inseridas numa família holandesa, lá no longínquo Canadá. Ela com seu marido e seus filhos nos EEUU. Eu com os meus no Brasil. Os filhos e noras das duas irmãs, com seus colegas das escolas freqüentadas. Agora estávamos juntos, num casarão em Campos de Jordão—elementos reunidos por um pequeno tempo, depois de serem espalhados por Deus pelo mundo (de dois para três continentes), para se tornarem parte de outros mosaicos em formação e transformação, harmonizando, realçando ou sendo realçado…

Aqueles três dias haviam sido separados, com bastante custo, para possibilitar a criação de mais alguns quadros para serem gravados na nossa memória. Já tínhamos reservado os encantadores cenários da natureza e a requintada decoração e mobília da casa para deixar no segundo plano. Só bastava enchê-los com risos e sorrisos, alegria e contentamento, fraternidade e companheirismo… As belas paisagens e o lindo ambiente pediam para coexistir com um clima de carinhosas palavras e ações, com prazerosas conversações e interações…. O calor das chamas da lareira precisava ser absorvido pelos organizadores do momento e ser refletido em aconchego e bem-estar. Em paz e tranqüilidade. E EU era a “organizadora-mor”, com o dever e o privilegio de mostrar o meu apego a Deus, o supremo doador da oportunidade, através das coisas que faria e falaria. Assim, iria afetar e modificar a colocação e o brilho das peças nos mosaicos que estavam sendo criados. Eu tinha a chance de promover algo tão belo que todos os presentes iriam tentar entesourar as imagens nas suas recordações para sempre.

Foi neste aspecto, o de “organizadora-mor”, lutando para combinar ambiente e clima na presença do Senhor do universo, que me vi refletindo a Marta da Bíblia naquela primeira noite. Resumi, na segunda postagem, o que acho que aconteceu com ela e com sua irmã, Maria (relatado em Lucas 10 e em João 11 e 12). Só falta entender porque a bronca que Marta recebeu do Senhor Jesus era merecida e o que isto tem a ver com mulheres como eu—que tendemos a ser clones dela.

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Até pouco tempo atrás, eu pensava que Jesus queria que Marta estivesse aos pés dele, sentadinha bem ao lado da Maria. Que esta era a “boa parte”. E eu, como dona de casa e hospedeira, não entendia isto, de jeito nenhum! Hospitalidade exige trabalho e serviço. Muito trabalho e muito serviço! Todo mundo sabe que alguém tem que planejar, supervisionar e trabalhar para que outros desfrutem de um benefício. Se não, ninguém come, toma banho, se acomoda, descansa…

Agora começo a perceber que não era a ação ou a atividade em si que estava errada. Era a atitude. Era a perspectiva ou o ponto de vista pelo qual Marta havia escolhido encarar a situação na sua casa naquele dia. Voltemos às três palavras chaves que já demarquei na postagem anterior. Lucas e Jesus observaram que ela estava distraída, ansiosa e afadigada. Outras versões usam termos como preocupada, inquieta, agitada… Estas palavras descrevem o estado de espírito dela (o que frequentemente chamamos de seu emocional hoje em dia) e a repercussão no seu corpo (fadiga, cansaço). Elas nos preparam, também, para o conseqüente efeito no clima do ambiente social que ela pretendia providenciar. Pois ela subitamente resolveu que não agüentava mais e desabafou com ira e deselegância, logo na presença das pessoas a quem ambicionava servir amorosamente e, possivelmente, impressionar.

Vemos, assim, que Marta era uma pessoa que se ocupava com o servir ou, como escreveu Lucas, no “muito serviço”. Mas quais eram os fatores que lhe motivavam? Só podemos conjeturar. Poderiam ser especialmente três, ao meu pensar.

O primeiro fator seria um nobre desejo de colocar a sua casa, talentos e bens à disposição de Jesus—uma pessoa a quem respeitava e queria muito bem, o Mestre de quem Marta já havia aprendido muito sobre a vontade e princípios de Deus. Ela pretendia ser hospitaleira, mas vários imprevistos aconteceram que fizeram com que houvesse visíveis falhas com alguns dos serviços que pretendia oferecer. Estes imprevistos poderiam tanto ser resultado de fatores externos (inteiramente fora do seu controle) ou/e conseqüência de negligência ou falta de preparo dela própria. De qualquer jeito, a sua percepção e reação a esta situação incômoda levaram-na a perceptível agitação e evidente ansiedade.

O segundo fator seria que ela queria/precisava (provavelmente inconscientemente) manter a reputação de ser uma boa anfitriã. Desconfio que ela se orgulhava disto e que se esmerava no modo em que “recebia” as pessoas porque andou correndo para lá e para cá “feito uma galinha tonta”—como minha sogra costuma dizer (agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços). Já falei disto na segunda postagem. “A sua hospitalidade e aparente bondade e generosidade vinham acompanhados por um grande senso de dever e por um enorme medo de errar, falhar, desapontar ou de cometer uma gafe… Ela angariava e entesourava os louvores que lhe confirmavam como excelente anfitriã. Sem perceber, provavelmente, se realizava nisto. Era o que enchia seus pensamentos e lhe dava significado e propósito. Apesar de estar percebendo e cuidando das necessidades dos outros, a sua motivação não estava correta.”

Com o passar do tempo, tenho percebido que existe uma enorme diferença entre ser apenas anfitriã e ser hospitaleira. Uma anfitriã que recebe foca no ambiente—na elegância da sua mobília, na decoração da sua casa, na qualidade e disposição de louça, talheres e copos, na procedência e temperatura do vinho, na aparência e no sabor requintado dos canapés, do buffet e da refeição… (Vemos isto nas revistas que folheamos quando esperamos no dentista, doutor ou cabeleireira. Tudo está lá para show.) Tudo tem que seguir supostas regras pré-estabelecidas pela sociedade em que vivemos (ou a qual gostaríamos de pertencer). Um perigo real deste enfoque é que a procura pela perfeição dos detalhes (em que frequentemente estamos tentando parecer mais de que somos) pode acabar tendo muito mais importância do que o desenvolvimento de uma amizade, ou de conhecer e suprir as necessidades reais dos seres humanos que freqüentam (ou até vivem) na nossa casa.

Algumas das minhas leitoras (muito poucas, creio eu) podem ter condições financeiras e status social que lhes dão (a elas e aos seus ajudantes) bastante prática em receber. São capazes de organizar e delegar, e encomendar, e a maioria das coisas sai conforme o desejado, sem que elas fiquem, necessariamente, angustiadas ou preocupadas. Seus convidados podem ter o prazer de desfrutar da beleza e conforto do seu lar ou casa de campo. Podem se deliciar com banquetes servidos em louça fina e travessas de prata. Podem admirar as toalhas monogramadas de renda francesa, adornadas por arranjos de flores exóticas, ao som de música ao vivo.

Neste ambiente de conforto, beleza e bem-estar, preparado e oferecido num clima de amor, hospedeiros podem se alegrar em compartilhar das bênçãos que o Pai celestial lhes permitiu. Ao mesmo tempo, poderão experimentar uma surpreendente e enriquecedora reciprocidade enquanto se familiarizam e crescem com a sabedoria e conhecimento (intelectual, emocional e espiritual) e o humor e jeito de ser dos seus convidados. Amizades podem ser feitas (ou desfeitas) em ambientes assim, dependendo da atitude dos hospedeiros (e dos hospedados). Ninguém precisa se envergonhar de ter mais que os outros (nem menos, é claro). Os problemas surgem quando se convence que alguém é o que tem e portanto precisa mostrar o que tem para ser valorizado. Quando status é concedido pelo “pedigree” ou pela situação financeira.

Eu já fui brindada por Deus em visitar lares assim. Mas só me senti bem e acolhida nas casas onde os hospedeiros foram hospitaleiros e não apenas anfitriões. Quando se preocuparam mais com o clima entre nós, meu bem-estar emocional e o convívio intelectual e espiritual, do que em exibir como tudo que eles tinham para me oferecer e mostrar que era “do bom e do melhor”. Assim, ninguém precisava fingir ser o que não era, ou fazer de conta que entendia o que não sabia. Podíamos ser sinceros e autênticos e falar de coisas que realmente importavam.

Penso que este segundo fator afetou a Marta, mas não sei até que ponto. Não tenho como saber se a encrenca em que ela se meteu naquele dia foi devido ao orgulho e ao desejo de se auto-promover através da sua aparente generosidade e bondade. É possível. Sei, entretanto, que este desejo de ser uma boa anfitriã já me atrapalhou algumas vezes—onde fiquei mais envolvida com os detalhes do que com as pessoas, fazendo minha família sofrer com minha insatisfação e frustração na luta para apresentar a casa, comida ou família com a beleza e perfeição que achava necessárias. Este, entretanto, não era o meu problema naquele dia. Eu não estava querendo impressionar ninguém com minhas posses ou habilidades.

Mas existe um terceiro fator que provavelmente se aproxima mais daquilo que realmente impelia a Marta naquele dia. Foi o hábito (quase vício) de se auto-impor um objetivo irrealizável—o de só se contentar com a perfeição—um ideal ou sonho definido unicamente pelo modelo que ela havia imaginado E dentro da estrutura que ela havia programado. E foi esta tendência que reconheci em mim naquela noite em Campos de Jordão.

Como Marta, eu (e muitas outras mulheres) temos o hábito de estabelecer alvos a serem atingidos em nosso dia-a-dia. Não somente isto, programamos uma serie de passos para alcançar os objetivos pré-estabelecidos. E, muitas vezes, programamos a ordem destes passos e o prazo para sua realização. Funcionamos assim – Primeiro, vou tomar banho e cuidar do meu cabelo. Em seguida vou cortar as frutas, depois temperar a carne, colocar o feijão de molho, ligar para Mamãe, sair para o supermercado, lavanderia e farmácia (naquela ordem)—quinze minutos para isto, meia hora para aquilo. E ai de quem (nosso marido, filhos, o balconista da farmácia, ou a pessoa no outro lado de uma ligação), ou o quê (o trânsito ou a fila do supermercado) atrasar ou ousar querer mudar a nossa rota, ritmo, raciocínio ou rumo!

É possível, portanto, libertar-nos do segundo fator—os ditames da sociedade (ou raramente ter que ligar para elas) e, ainda assim, prender-nos a uma outra série de regras. Muitas de nós só nos realizamos quando conseguimos ter tudo em ordem o tempo todo. Viciamo-nos em colocar uma série de metas para serem alcançadas dentro de tal prazo, em certa seqüência, e precisamente de um jeito predeterminado por nós. Assim, tornamo-nos numa espécie de máquina e, ao fazê-lo, ficamos “menos gente”. Acabamos percebendo a nossa família, e os eventuais hospedes, como um ambiente em que temos que realizar projetos e enfrentar desafios. Perdemos a oportunidade de enxergar e tratá-los como seres humanos amados por Deus através de nós, criando um clima em que a harmonia é alcançada e o bem-estar promovido em meio à serenidade e carinho.

Nos cinco anos em que morei em Manaus, eu acompanhava meu marido para São Paulo anualmente para participar em convenções de fabricantes de veículos. Muitos dos donos e administradores das revendas levavam suas esposas e sempre havia programações para elas, como passeios e programas culturais. (Creio que vi mais partes turísticas de São Paulo e programas de teatro naquelas quatro viagens do que nos subseqüentes 15 anos como moradora desta cidade.)

Lembro-me de uma vez que um palestrante bem dinâmico veio falar para nós (era uma época em que a maioria das mulheres presentes ainda não tinha profissões paralelas às dos maridos). Este ganhou a nossa apreciação pela maneira em que enalteceu a nossa capacidade de organização, delegação e sistematização. Ele afirmou que um lar é muito parecido com uma firma—com setores de compras, contabilidade, almoxarifado (dispensa), transporte, refeitório, recursos humanos (relacionamentos), decoração, design, treinamento, festas, manutenção, saúde, limpeza, creche, etc.

O que o difere de uma firma é que todos estes departamentos são dirigidos, normalmente e com impressionante eficiência, por apenas uma pessoa—a dona da casa. Saí da reunião me sentindo uma “mulher maravilha”. O palestrante atribuiu uma capacidade enorme de multitasking—a habilidade de assumir, controlar e desempenhar múltiplas tarefas simultaneamente—ao sexo feminino. Ao avaliar as mulheres que admiro, e a mim mesma, percebi que Deus realmente nos deu esta habilidade. A nossa mente consegue seqüenciar uma serie de medidas e ações que fazem com que muitas coisas fluam e funcionem ao nosso redor no dia-a-dia.

Enquanto preparamos e servimos o café da manhã, já estamos pensando nas outras duas refeições, tirando a carne do congelador, colocando o feijão de molho, verificando aquilo que está prestes a faltar nos próximos dias.

Ao mesmo tempo, supervisionamos o levantar e o vestir dos nossos filhos e, paralelamente, percebemos quando será preciso lavar ou renovar as roupas e quais precisam de ser remendadas. Todo mundo toma seus remédios na hora certa porque nós damos o alerta. Lembramos de passar na lavanderia e no sapateiro, e depois pedir a entrega da água. Compramos ou fazemos presentinhos, telefonamos para aniversariantes e doentes, encaminhamos filhos, parentes e hóspedes para médicos, dentistas, cursinhos, natação, aulas de bateria, escola, festas… Enquanto nossos corpos se locomovem e nossas mãos trabalham, as nossas mentes voam adiante—simplificando, categorizando ou programando um sem-fim de coisas que ficam abaixo da nossa responsabilidade. Com o passar do tempo, estruturamos rituais e procedimentos que parecem fluir natural e logicamente.

A maioria de nós percebe, entretanto, que esta habilidade é pouco reconhecida pelas pessoas que nos cercam, ainda que seja bastante explorada. Este fato pode nos levar a uma vontade de se sobressair dentro e fora do lar para receber reconhecimento e também a freqüente frustração quando este não vem. Se o nosso desempenho for questionado, criticado, diminuído ou submetido a uma sobrecarga, vai ficar aparente se somos como Marta na primeira visita de Jesus (Lucas 11) ou se já aprendemos a ser como ela parece ter sido na segunda vez registrada (João 12).

Não tem nada de errado em sermos competentes e eficientes. De fato, como já falei, a nossa capacidade de organizar é algo bom e maravilhoso! Foi Deus quem no-la deu! Os problemas surgem quando não permitimos nenhuma modificação em nosso planos, quando qualquer interrupção nos abate, quando o mínimo atraso nos aflige, quando qualquer aumento nas tarefas nos irrita… Para agravar a situação, muitas vezes, fazemos os planos sem consultar ou envolver os outros. Também estabelecemos, frequentemente, metas irrealizáveis e prazos inalcançáveis. Mas o pior de tudo é que nos esquecemos de andar com Deus, de entregar o nosso caminho—cada detalhe e cada momento—nas mãos daquele em quem declaramos confiar.

Já nos detivemos alguma vez para medir a porcentagem do dia, que acaba de passar, em que andamos de cara fechada, especialmente junto à família? Paramos para refletir sobre como fica o tom de nossa voz quando nosso filho ou nosso marido se aventura a sugerir uma outra possibilidade, uma mudança na rota, uma nova alternativa, um ajuste nos nossos planos “perfeitos”? Conseguimos nos abrir para ouvir?

Ou tratamos muito do que vem como interferência, intrometimento, petulância, falta de compreensão, pouco respeito…? E ficamos claramente irritadas? E obviamente magoadas? E imensamente rabugentas? E, tantas vezes, por uma pequeníssima coisa, uma bobagenzinha, uma besteirinha de nada… Algo inteiramente irrelevante quando colocado ao lado dos grandiosos alvos que nos prontificamos a alcançar…

Quantas vezes no nosso dia-a-dia, o nosso incômodo com o inesperado faz com que nos lamentemos por sermos “vítimas do destino”? Gente, se somos filhas de Deus, que “destino” é este?! Da mão de quem vem os imprevistos e os imprevisíveis? Creio que já está na hora de começarmos a aprender que os contratempos são maravilhosas oportunidades enviadas pelo Soberano Deus para nos tornarmos modelos do “fruto do espírito”? (Gálatas 5.22-23). São aberturas impares para demonstrar amor. Para esbanjar alegria e derramar paz. Para exercitar paciência e ilustrar bondade. Para provar fidelidade e ensinar mansidão e domínio próprio. São oportunidades únicas para jogarmos fora o nosso negativismo e mostrar exatamente o que faz a vida de uma pessoa cristã ser plena, prazerosa e satisfatória.

Estou aprendendo, sempre mais e mais, que temos que começar os nossos dias entregando cada detalhe dos nossos planos a Ele, procurando aplicar o “seja feita a tua vontade” a cada mudança sugerida ou imposta aos nossos planos. Precisamos aprender a sermos maleáveis e adaptáveis, com sorrisos nos rostos e paz no coração. Afinal, não declaramos que todas as coisas contribuem para o bem…?

Para muitas de nós, isto significa uma grande revira-volta em nossa maneira de ser. Uma metamorfose! Sim, uma evidência a mais do nosso renascimento quando entregamos as nossas vidas a Cristo. É uma transformação de vida que começa com a modificação de pequenos hábitos e rituais, atitudes e abordagens.

Assim sendo, lá em Campos de Jordão, era como se Deus estivesse dizendo para mim:
Betty, Betty, você está ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária—mude sua atitude. Pare de ser uma estraga-prazeres e comece a gozar deste tempo tão limitado que eu lhe concedi. Entenda que a confraternização é muito mais importante que a distribuição do papel higiênico, sabonetes e toalhas. Saiba que o convívio com seus familiares é muito mais valioso que a disposição ordenada nas prateleiras dos produtos e comidas que trouxe. Abra mão desta sua noção que todo o trabalho (real e imaginário) tem que ser feito antes de qualquer um pode se divertir. Acabe com esta mania de se sentir vitima e explorada. Pare de colocar metas irreais e inalcançáveis para si (e para todos os demais). São alvos que ninguém espera e ninguém quer.

Aprenda com as moças lá em baixo—elas estão aproveitando o tempo do seu jeito. Assim não vão perder as horas do dia quando a luz e o sol vão permitir que façam outras coisas maravilhosas. Nem todo mundo pensa igual. Você sabe muito bem que existem outras maneiras em que as coisas podem ser feitas. Jogue fora esta lista de prioridades auto-impostas—que tem a ver com meras coisas físicas—e pare! Sente! Relaxe! Ame e seja amada! Ninguém está passando fome. Todos estão capazes de pedir, procurar ou providenciar o que precisam para serem confortáveis. O seu problema é que, além de se ver como a única solução adequada para tudo, você ainda se viciou em colocar e cobrar metas e rotinas irreais e desnecessárias! Minha filha, tudo que sua família precisa nesta noite é que você seja gentil, paciente, amorosa. Reflita as virtudes do Senhor Jesus. Pare de ser uma Marta!

E assim respirei fundo, larguei as malas e caixas exatamente onde estavam e sentei ao lado do meu marido num cantinho da sala. Durante o resto daquela noite, consegui parar de ser distraída, ansiosa e afadigada. Ouvi as histórias do meu filho, ri com as brincadeiras dos rapazes e me contentei com o quase-sussurro das moças—libertadas por mim (sem saber!) para compartilhar coisas do coração com pessoas amadas e confiáveis. Juntei-me aos convidados em louvar a Deus nos cânticos coletivos, com o coração cheio de gratidão. Absorvi o calor da lareira e do momento e fui dormir tranqüila—tendo permitido que o primeiro dos mosaicos aos quais me referi no início ficasse na memória dos meus amados, representando, com tons suaves, um raro intervalo de paz e alegria, comunhão e harmonia.

Reconhecer esta tendência em mim, contudo, é apenas o primeiro passo. Agora preciso lidar com ela. Tenho a impressão que, desde então, os imprevistos na minha vida têm aumentado até mais do que os deveres. Posso parecer serena para muitas pessoas, mas tenho que enfrentar, quase diariamente, a minha habitual tendência de ficar frustrada e irritada quando algo ou alguém interfere com minha agenda. Quando meu marido (que lê e revisa minhas postagens) me chamou de “Marta”, uns dias atrás (meio em tom de brincadeira, mas sério ao mesmo tempo), percebi quanto eu ainda preciso render-me à vontade de Deus nas pequenas coisas. Interessantemente, com a ajuda divina, tenho conseguido lidar com experiências tristes e pesadas com certo equilíbrio. Entretanto, me esqueço de confiar (ou me recuso a entregar) a ele as mudanças nos detalhes da minha rota, ritmo, raciocínio e rumo nas ocorrências eventuais do meu dia-a-dia.

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Ainda tenho seis páginas de anotações que eu, talvez, um dia, transforme numa quarta postagem sobre este assunto. Pensei em escrever um pouco sobre férias em família—você conhece alguma mãe (que sai sem a ajuda domestica) que volta de férias com os filhos sentindo-se descansada e renovada? Todo mundo se diverte, mas nós apenas temos a satisfação de saber que fomos úteis para isto. Não que isto seja algo insignificante. Mas tem que ser assim? Afinal, são poucos os orçamentos que agüentam comer fora o tempo todo, por exemplo. O que pode ser feito? Será que colocamos metas altas demais para nós mesmas?

E as mulheres que trabalham na igreja—sempre ativas na cozinha, nunca presentes nas reuniões. Servindo, servindo, servindo… Precisa ser deste jeito? Deve ser assim? Existem alguns paradigmas que devem ser quebrados? O que vocês acham?

20 Comentários a “Marta e Maria (e o Que Elas Têm a Ver Comigo?) Parte III”

  1. daniel disse:

    Mom, you are beautiful and precious.

    Your talent for making simple things sound beautiful in writing is entirely unique. While Dad has the gift of being simple, clear and objective, you have the gift of painting pictures with your words and your thoughts.

    I love you very much, and will treasure your descriptions and tales that have been so carefully written. And whether you know this or not, Dad is not the only example that your kids have to follow. They are all, as they should be, very proud of their mom, who reflects neither Mary nor Martha, but Jesus Christ.

    With much love,

    Daniel

  2. Flávia Pereira disse:

    Querida Betty,

    Como eu me identifiquei com todas as suas palavras nesse três artigos sobre as atitudes de Marta…! Puxa, em vários momentos da leitura pensei no quanto tenho sido uma “Marta”…
    Que Deus continue a te abençoar e que o Espírito Santo te oriente a cada dia!
    Ler esses três artigos (e todos os outros) foi uma bênção!

    Um grande abraço, Flávia (Igreja Presbiteriana do Guará II – Brasília/DF)

  3. betty disse:

    Querida Flávia:
    Que agradável ouvir de você. Também foi bom vermos seu marido em Aguas de Lindoia. Infelizmente não foi possível para a gente ficar mais de que um dia. Espero que ele tenha aproveitado bem.

    Você não deu a impressão de ser uma “Marta” quando nos hospedou, pois estava bem serena. Estava tudo muito bem organizado e apresentado, e eu fiquei impressionada com sua tranquilidade pois tenho alguma noção do trabalho que tinha por trás das cenas que vimos. Você estava equilibrando as atividades da igreja, com a necessidade de homenagear o seu pai no dia dele (preparando aquele prato de bacalhau!) e também cuidar bem da gente. Isto em meio aos compromissos com seu trabalho e com seu marido, além das compras e não sei que mais… Ainda se você estava agitada por dentro, pelo menos por fora se saiu melhor do que Marta, pois esta explodiu na frente de todo mundo…

    Ainda assim, o alvo é sermos tranquilas por dentro também, em meio à confusão. O bom é saber que estas coisas podem ser APRENDIDAS e a melhor maneira de aprender algo é através da sua repetição. Em inglês nós dizemos “Practice makes perfect!” Assim foi muito bem ver você(s) tentando colocar em prática os princípios divinos sobre hospitalidade, fraternidade, comunhão e muito mais!

    Que Deus os abençoe.
    Abraços carinhosos da amiga no Senhor, Betty

  4. Mical disse:

    Ah Minha Querida Betty,
    Não consigo responder o que sou..penso que sou + Marta do que Maria…mas penso que quando se trata de um Mestre trazendo a palavra…com certeza nessa hora eu sou Maria.
    Por isso nunca quis ajudar no preparo de refeições na igreja, sempre preferi lavar , porque já era depois do estudo bíblico.
    Que Deus nos dê o zelo de Marta e a virtude de Maria, tudo com temperança.
    Escreva mais…quero aprender sempre.
    Um grande beijo
    Sua fã
    Mical

  5. betty disse:

    Oi Mical:
    Você é a primeira a me responder diretamente sobre a pergunta com a qual concluo a postagem. Tenho percebido uma frequente “batalha” entre os conselhos e as senhoras das SAFs (ou organizações femininas) das igrejas. O conselho resolve que as refeições e lanches não devem ser preparadas durante o horário dos cultos e durante a Escola Dominical, para que todo mundo possa adorar e aprender. Passa-se alguns meses cumprindo a meta e depois encontramos a esforçada mulherada na cozinha de novo, certas que o evento que elas tem em mente vale este esforço e merece uma exceção. O problema é que quase sempre são as mesmas senhoras que são chamadas, como também a esposa ou a filha do zelador (especialmente estas sofrem) e elas acabam sem o alimento espiritual tão necessário para seu amadurecimento, crescimento e equilíbrio no Senhor.

    E a liderança da Escola Dominical? Onde duas, três, quatro mulheres ficam anos a fio conversando numa sala esperando qualquer problema ou necessidade aparecer? É muito fácil entrarmos nestas armadilhas (será que são Satánicas?) onde nem percebemos que era a Maria que havia escolhido “a melhor parte” naquele dia e que é possível mudar vários fatores e hábitos para termos oportunidades iguais a dela. Onde nós pensamos que o serviço ao Senhor pode substituir o culto a Ele. O “servir” pode ser necessário mas a possibilidade de “ouvir” e “aprender” deve ser agarrada por nós com ambas as mãos (para que procuremos pelo menos revezar nas tarefas que não podem ser deixadas para outra hora).

    Sei que você tem colocado seus múltiplos talentos a serviço de Deus de muitas maneiras. Sei também que o testemunho que você dá através das suas ações é enriquecido pelo fato de que você faz seu culto individual e é assídua frequentadora das oportunidades dentro e fora da igreja para aprender mais sobre o conteúdo e a aplicação da palavra de Deus. Estou muito feliz que Deus permitiu ao meu filho ter você como sogra!

    Que Deus a abençoe e aos seus, Betty

  6. Helena disse:

    Betty
    Procurando mais a respeito de Marta acabei encontrando “Crônicas do Cotidiano” e o maravilhoso estudo sobre Marta. Dos vários artigos sobre Marta publicados o seu se “ancorou” no que a Palavra de Deus nos deixou registrado sobre ela (Marta). Que prazeroso artigo, sem forçar tipos ou imaginar além do que a Bíblia diz.
    Muito obrigada por escrevê-lo. E agora que conheço esse “cantinho” tão abençoado, serei a sua mais nova leitora. Que Deus continua lhe abençoando e que muitas sejam abençoadas com seus estudos, comentários e experiência de vida.
    Um abraço
    Helena

  7. heloisa leite disse:

    Cara Beth,

    Sou da Igreja Presbiteriana do Recreio no Rio de Janeiro e estou preparando material para um Retiro de Mulheres, que realizaremos nos proximos dias 29/31 de agosto de 2008.
    Trabalharemos no retiro as irmãs Marta e Maria, numa analogia com nossas vidas de mulheres crentes do séc XXI.
    Encontrei seu blog (uma agradável surpresa) e as 3 matérias sobre Marta e Maria.

    De imeditato, me identifiquei muito com você, assim como me identifico sempre com Marta.

    Sou completamente Marta e nada Maria e, muitas vezes, como Marta, fico decepcionada com a passividade de muitas Marias. Como preciso aprender, né?

    Por isso, vc pode imaginar como o estudo que estou fazendo para apresentar no retiro tem sido uma lição de Deus para mim.

    Espero conseguir fazer como você em Campos do Jordão: preparar o chocolate quente, puxar a cadeira para perto da lareira e curtir a família, naquela circunstância, a melhor parte, sem dúvida. É um exercício que precisa ser reiterado sempre e pretendo fazê-lo.

    Gostaria de pedir a você autorização para utilizar este material (Marta e Maria, o que elas tem a ver comigo) na minha apresentação.

    Deus continue a abençoando em sua vida, de seus filhos e marido.

    A Paz,

    Heloisa Leite

  8. PB. ADELRICKSON REBELO DE BRITO disse:

    Irmã Beth!

    Parabéns pelas postagens!Sou presbítero da Assembléia de Deus em Pindamonhangaba SP, e estava vendo alguns sites sobre o livro Como ter uma coraçao de Maria num mundo de Marta, e passei a ler seus registros e para minha alegre surpresa, gostei muito da abordagem e visão exposta sobre Marta (alvo dos comentarios) e Maria!
    Peço a licença para expor as ideias (os direitos autorais da irmã Betty serão respeitados e citados) para trabalhar um sermão em minha congregação! e aulas para minha sala na escola teologica!

    Desde já, meus agradecimentos (me enriqueceu muito) pelas palavras!

    a Paz do Senhor Jesus!

  9. Roberta disse:

    Querida irmã Betty, a paz do Senhor.
    Comecei a ler o livro Como ter o coração de Maria no mundo de Marta e procurando por artigos na internet que comentasse esse assunto, encontrei o seu e como me encorajou. Foram pérolas do Senhor para o meu coração. Príncipios que tenho buscado ansiosamente no Senhor colocá-los em prática. Querida irmã, sou casada a 06 anos e tenho 30 anos e respondendo sua pergunta na postagem me acho ainda uma total Marta e não Maria, Embora que, pelo menos, já consigo reconhecer que o Senhor deseja de mim que eu busque a “boa parte”. Volto de férias sempre assim, cansada, porém satisfeita por ter sido útil para que outros se divertissem. Tb acredito que minhas motivações estão erradas, pois tento fazer com que tudo saia perfeito, tento ser agradável o tempo todo com as pessoas, para crias ao redor de minha um boa reputação e ter uma boa fama, talvez ser elogiada. Sinto orgulho de ser assim, sabe, essa “mulher maravilha” ou “multi-mulher”. Não gosto disso. Não sou assim só nas férias, mais no meu dia-a-dia. Ainda não tenho filhos, trabalho fora pois tenho que ajudar meu marido em nossas despesas domésticas, ministro louvor na igreja, sou professora de EBD, faço pós graduação, cursinho de inglês e gostaria tanto de fazer academia pra cuidar da minha saúde mais não sei como. Além disso, sou esposa, dona de casa, filha, irmã, sobrinha, neta. Moro perto de muitos parentes e tive uma infância distante deles. Parece que agora, já adulta tento compensar esse tempo agradando, visitando, ligando, mandando mensagens, para que eles vejam Cristo em mim( por meio da comunhão) pois não são cristãos, a não ser meus pais e minha irmã ( o outro irmão é afastado da igreja a anos) e eles criaram uma certa antipatia por nós por achar que fomos afastados deles por que somos “crentes”. Enfim minha cabeça voa e voa em muitas metas que desejo atingir (inclusive ser mãe), mais o desejo mais profundo do meu coração é o de estar no centro da vontade do Senhor e viver a vida que Ele tem pra mim. Sinto que não vivo isso. Sinto-me cansada, afadigada e distraída em muitas atividades e não consigo me livrar disso. Tenho tentado manter a disciplina de ter diáriamente o meu momento a sós com Deus, mais não tem sido suficiente, tenho orado mais ainda não consegui entender de Deus como resolver essas questões dentro de mim.
    Obrigada por suas palavras. Elas abriram a minha visão para algumas questões que ainda não tinha entendido.
    Desculpe o desabafo.
    Um grande abraço. Deus a abençoe. Roberta

  10. Sonildes de Oliveira disse:

    GOSTEI MUITO DESSA POSTAGEM A MANEIRA COMO VOCE COLOCA A POSTURA DE MARTA É IMPRESSIONANTE, E NA VERDADE NUNCA PAREI PARA OBSERVAR POR ESTE PRISMA, E O QUE É PIOR ACEITAR QUE ESTOU COMO MARTA NA POSIÇÃO DE MARTA E NÃO DE MARIA, MUITO OCUPADA SEM TEMPO PARA DEUS ,PARA MINHA FAMÍLIA E PARA MIM.
    PARABÉNS! ESPERO ANCIOSA PELA QUARTA POSTAGEM.
    DEUS T ABENÇOE

    SONILDES

  11. Patricia Silva disse:

    Betty, que lindo!
    Sábado dia 27/08 teremos um culto para mulheres em nossa igreja IAMIR ( Igreja Apostólica Ministério Resgate em São José do Rio Preto/SP ) e estarei ministrando… Orando ao Senhor veio a mim esta passagem de Marta e Maria, fiz uma busca no google pra buscar o texto completo e… o que eu encontro??? Suas palavras entrando diretamente em meu coração e ministrando comigo o que eu queria ministrar!!! Amém!! Obrigada irmã! Abs.

  12. Joyce disse:

    Olá Ir. Betty…
    Que maravilhoso estas 3 postagens….
    Me identifiquei muito em certas ocasiões citadas e identifiquei outras figuras familiares em todo contexto que não havia percebido sob meu ponto de vista na mesma leitura!
    Nesta postagem é possivel entrar na historia, rir e refletir!
    Você já escreveu algum livro?
    Deus te abençoe…abraços, Joyce!

  13. betty disse:

    Olá, Joyce:
    Que bom que você gostou/aproveitou! Passei o primeiro fim-de-semana deste mes, no mesmo lugar em Campos do Jordão, como participante da liderança do Conte Comigo–grupo de apoio a esposas de seminaristas da nossa denominação. Estávamos em 14 “moças” e 4 coordenadoras. Enquanto via as mulheres tanto trabalhando na cozinha, quanto aproveitando a bela paisagem e o aconchegante ambiente para meditar e descansar, lembrei-me destas reflexões sobre Marta e Maria.
    A luta continua para ser equilibrada. Ontem tivemos nossa família para almoçar. Adicionados aos meus sogros (que agora moram conosco) estavam dois filhos, tres noras/genro mais tres netos, mais a mãe de uma nora. Foi minha filha quem assumiu fazer/servir o almoço e era ela que teve que lutar mais para não deixar o estresse tomar conta (e eu tentando apoiá-la com serenidade!) Mas foi muito bom.
    Meu marido fica me empurrando para juntar as crônicas e fazer um livro. ‘tou pensando. Por enquanto, tem outras coisas que parecem ser mais importantes tomando meu tempo. Nem no blog tenho escrito mais, exceto para responder comentários nos posts sobre cirurgia de tireóide. E eu amo escrever! Mas tudo tem seu tempo. Tenho que descansar nisto.
    Que Deus a abençoe na sua própria luta para ser uma Marta que agrada a Deus, servindo com ânimo e disposição DEPOIS de ficar aos seus pés no estudo dos seus princípios e promessas, trazendo os seus planos e perguntas para a presença dele, antes de decidir e fazer. Abs, Betty

  14. Damares disse:

    Olá Betty!!!
    Que grata surpresa! Achei seus artigos maravilhosos… sou da Ig. Assembleia de Deus (Monte Jerisim) em Belém/Pa. Hoje me vi como Marta preocupada com tantas coisas que fazem parte da nossa rotina de mulher, mãe, irmã…
    Pensei em compartilhar um pouco sobre essas duas mulheres de Deus, tão presentes em nossas vidas, em nossa igreja. Quando resolvi pesquisar e encontrei esses textos abençoados. Você consegue descrever Marta de uma forma tão surpreendente e muito envolvente para o leitor. Vou acabar sendo repetitiva diante de tudo o q já foi falado. Não pare de escrever e continue a nos abençoar com o que Deus tem entregue a você. Abs, Damares.

  15. pr. leonardo albuquerque disse:

    ola, amigos depois deem uma olhada no comentario da 2 parte

  16. Esther Carrenho disse:

    Gosto muito deste relato: Marta e Maria. E gostei muito das suas observações e descobertas. Elas encontram guarida em mim. Gostei mesmo!Tenho refletido muito também sobre a “melhor parte que não será tirada”. Penso que Cristo era Deus humanizado. Então estar aos pés dele era estar aos pés do “Deus que se fez gente”. Será que a melhor parte é então relacionar-se por inteiro com Deus e pessoas? Creio que sim Afinal Deus e pessoas são eternos. As coisas são necessárias, mas elas perecem.
    Obrigada pelo lindo comentário. Melhor do que todos os comentários bíblicos que tenho lido!
    Abração.

  17. betty disse:

    Olá, Esther.
    Que bom que você gostou. O resumo dos Dez Mandamentos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é de amar a Deus acima de tudo e aos outros como a nós mesmos. Portanto, você acertou. Nosso significado e nossa felicidade vem através de nosso relacionamento por inteiro com Deus e com os outros.
    Que Deus lhe permita a percepção de muitas oportunidades para ser uma bênção.
    Abs, Betty

  18. Vania Vianna disse:

    Querida, encontrei o seu blog ao pesquisar sobre Marta. Sempre fui como Marta, e ainda sou; mas como ela, também me sinto muitas vezes afadigada e exausta com tudo. Quero compartilhar que suas palavras foram um bálsamo para mim. Busco aprender a descansar em Deus, a curtir minha família, a brincar, a me dar ao luxo de ficar à toa, etc. Confesso que é muito difícil para mim, mas quero aprender.
    Obrigada mesmo! Tão sábias e inspiradas palavras!
    Convido você a conhecer o meu blog também: http://www.vaniavianna.blogspot.com

    bj!!

  19. juliana salviano disse:

    Oi!

    Estou sem palavras, besta quem sabe?! ninguém nunca me falou de Marta assim! eu também me perguntava o porque… menina pense sua mente é altamente fertilkkkk

    Adorei.

  20. Sandra Helena disse:

    Eu amei!
    Me acho pura Marta, e agora me entendo um pouco mais.
    Quero continuar sendo útil, até mesmo pro ativa, mas quero saber aproveitar a melhor parte, que é desfrutar dos que amo.
    Não quero priorizar coisas, mas sim amar as pessoas.
    Não será muito fácil mudar meu jeito mas sei agora o que será mais saudável pra mim e todos que me cercam.
    Mil beijos

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Crônicas do Cotidiano > Marta e Maria (e o Que Elas Têm a Ver Comigo?) Parte III