Convivendo com a Terceira Idade (1)

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O Arroz Mágico!
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De vez em quando tenho planejado “blogar” sobre as experiências que estamos acumulando no convívio com meus sogros durante os últimos dois anos, mas ainda não o fiz. No passado, entretanto, escrevi (com o apoio do meu marido) uma lição de Escola Dominical intitulada de “Lidando com a Terceira Idade, publicada pela Cultura Cristã em 2004. Nela, reflito sobre o conteúdo e o impacto de conceitos e princípios bíblicos ligados com deveres filiais e a velhice. Estes podem ser úteis e servir como uma boa base para ajudar nesta fase de vida, tanto para aqueles que já estão nesta idade quanto para aqueles que precisam prestar ajuda a estes. Quando postei o artigo no blog, em 2006, adicionei pensamentos sobre o efeito que a crescente diminuição no tamanho das famílias terá sobre a situação dos idosos das próximas gerações.

Desta vez, gostaria de começar a compartilhar dicas de coisas práticas que podem ajudar a lidar com as dificuldades trazidas pela idade avançada.
Meus sogros são do Nordeste do Brasil e viveram a maior parte das suas vidas no calor de Recife. Chegaram em São Paulo no dia mais frio do ano, em julho de 2007, e têm sofrido bastante com os ambientes gelados daqui, especialmente Mamãe. Agora que o frio voltou, apesar de nem termos entrado oficialmente no período do inverno, ela normalmente anda agasalhada com três ou quatro camadas de roupas, cachecol, meias e até luvas—dentro de casa!

No início, tentei acudir, na hora de deitar na cama gelada, com o uso de bolsas térmicas que enchíamos com água quente (foi assim no Canadá onde cresci). Mas aquilo significava perigo, tanto na hora de transferir a água fervente para a bolsa quanto na possibilidade dela estourar (o que realmente aconteceu—mas, felizmente, comigo e não com Mamãe). Mas minha irmã nos visitou naquele ano (vindo do norte dos Estados Unidos) e me ensinou algo bem mais seguro, e até melhor, que havia aprendido com algumas amigas de lá.

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Esta primeira dica vale para a família toda, pois não são apenas os idosos que enfrentam dificuldades no lidar com água fervendo. Crianças também podem ter mãos trêmulas ou inseguras e os adultos podem ficar momentaneamente distraídos no derramar do líquido escaldante. (E, ao revisar meu post, Mamãe também apontou a dificuldade que sentia no abrir e fechar da bolsa—pois ela tem que ser bem fechada para não vazar.) Aqui, não é apenas Mamãe que deita com esta “bolsa” segura—eu também levo uma para cama e, muitas vezes, tenho uma no colo enquanto sento com meu computador (como agora).

Estou falando de “saquinhos de arroz”. É possível fazer algo bem bonito, cheiroso e caprichado, mas, no nosso caso, nunca saímos do material que usamos para testar as instruções da minha irmã. A V–, nossa secretária aqui de casa, que também tem máquina de costura, recortou alguns pedaços ainda bons de um lençol velho e costurou vários saquinhos, colocando mais ou menos um quilo de arroz cru dentro de cada um. Depois, completou o serviço, fechando o lado aberto à máquina também.

Quando quisermos nos esquentar, é só colocar o saco no forno de micro-ondas. No nosso caso, coloco por um minuto e meio, abro a porta e mexo um pouco no saco para espalhar e misturar o arroz. Depois deixo por mais um minuto e meio. É preciso cuidado para não esquentar demais, é claro. Mamãe enrola o dela numa toalhinha. Eu não faço nem isso. De noite, se ficar agarrado com o saquinho (e mantê-lo coberto) ele absorve o calor do corpo e permanece quentinho por muitas horas. Entretanto, se largar longe, esfriará em pouco tempo. Se precisar me levantar de noite, eu o coloco debaixo dos travesseiros para que não esfrie nos poucos minutos em que me afasto.

Sempre pretendemos fazer outros mais “chiques” e cheirosos—com tecidos coloridos e macios, colocando lavanda, camomila ou outros produtos perfumados, mas ainda não o fizemos. Sempre tem um cheirinho de cereal/comida. Mas, aqueles de vocês que têm jeito com a costura poderiam fazer isto e presentear a si mesmas ou aos amigos idosos que estiverem ao seu redor, sofrendo com o frio. Existem em formato alongado (tipo cobra), ou com cara ou jeito de bichinho (para crianças), ou com mensagens bordadas… As oportunidades para criatividade são ilimitadas…. (Tente “googlar” microwavable rice heat pack e clique em imagens para ter uma idéia de alguns que já foram feitos).

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Ah, sim. Eles também servem para colocar em contusões, inflamações, etc. E tem pessoas que nem costuram—simplesmente pegam uma meia velha de algodão ou lã, enchem com arroz comum e fazem um nó bem apertado. Serve do mesmo jeito e resolve quando você se machucar e estiver passando do período inicial de colocar gelo para o posterior do aquecer.  Ou para uma mãe no início da amamentação, quando o doutor manda aplicar calor. Mas lembre-se de que o tempo de aquecer vai ser conforme o formato e o tamanho do invólucro—uma meia deve levar menos tempo para esquentar do que o saco.

Espero que a minha dica seja útil. Dentro de algum tempo, quero compartilhar mais das variadas coisas que aprendemos, que facilitaram o nosso convívio ou nosso viver.

Abs, Betty
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P.S. Lembramos agora de uma capa (de travesseirinho) bem macia que veio junto a um pijama que minha filha deu para sua avó (veja foto). Tiramos da gaveta e, de agora em diante, será usada para melhorar a aparência do saquinho que Vovó usa (que terá que ser esquentado um pouco mais).

Um Comentário a “Convivendo com a Terceira Idade (1)”

  1. Isia Gueiros disse:

    Betty
    Muito boa a ideia. Quando estou na casa de Adriana ai em São Paulo eu sinto muito frio. Vou tentar a ideia.
    Andrea que mora na Florida está aqui aproveitando as férias e Adriana e os gemeos chegarão na sexta. Todos estamos ansiosos. No final de junho planejamos ir todos a Garanhuns e encontrar com Neemias e os outros netos. Espero em Deus que todo dê certo. Faz muitos anos que não consigo reunir toda a familia. Abs.Isia

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