Companheirismo no Casamento (5)

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Na semana do “Dia dos Namorados”, o artigo da capa da Revista da Folha do dia 07 de junho de 2009, recebeu o título “à flor da pele”—Paulistanos usam grafite, pichação e tatuagem para expressar o amor em muros da cidade e no próprio corpo.

lovetattoo2Vou citar alguns parágrafos que achei bastante coincidentes com algo que postei aqui há um mês, no dia 09 de maio. Meus pensamentos ficam na parte que começa assim: Você já parou, alguma vez, para pensar sobre por que artistas e profissionais famosos (e pessoas comuns também) se tatuam com o nome ou as iniciais da pessoa amada? Creio que esse ato radical e doloroso reflete a tremenda vontade que existe dentro deles (e delas) de encontrar e manter alguém que será seu para sempre….

Na página 12 do artigo, Pintou o Amor, a Letícia de Castro escreveu:

As homenagens não se limitam aos muros da cidade. Chi… também tatuou, na parte interna do braço de Cam…. dois gatinhos que simbolizam o casal. ‘É como se fosse a nossa aliança’, diz ela.

Como Chi… e Cam…, muitos casais não se contentam mais com sinais de compromisso tradicionais. Em tempos de relacionamentos fugazes, uma aliança no dedo já não tem os efeitos de antigamente, e a tatuagem surge como alternativa para selar definitivamente a união. O que nem sempre funciona. No mundo das celebridades, não faltam exemplos de tatuados apaixonados que depois tiveram de apagar ou cobrir as declarações.

No “quadro ao lado” com o bem bolado titulo—Que Marcada!—estão as fotos e histórias de Angelina Jolie, Ronaldo e Johnny Depp, que tiveram que apagar, cobrir ou disfarçar esta alternativa para selar definitivamente a união.

Fiquei pensando a respeito do dilema destas pessoas. Apesar de ouvir e ler sobre como outros e outras acabaram sendo alvos de piadas e fofocas, elas insistem nesta maneira de fugir de relacionamentos fugazes e de tentar consolidar a união (ou de expressar o seu “amor eterno”). Como Chi… e Cam.., elas não querem uma aliança no dedo mas não deixam de procurar por um símbolo que seja definitivo e que sirva como se fosse uma aliança.

Como a parte feminina de um casal que já anda, sem tatuagens, mas com alianças nos dedos por mais do que 36 anos (sem contar com os anéis de noivado e de compromisso que lhes precederam), já vivi o bastante para perceber que não existe nada visível (seja gravado ou escrito ou colocado ou pendurado) nem audível (seja declarado ou cantado ou rimado) que tenha o efeito de selar definitivamente um relacionamento.

No máximo, estas coisas, sejam elas tradicionais ou contemporâneas, servem apenas como lembretes, provas ou sinais de intenções ou aspirações. O que conta mesmo é uma atitude contínua, acompanhada por ações propositais, sucessivas e diárias, tanto para estimular quanto para demonstrar o amor. É acordar cada manhã e procurar ser criativo e fiel na missão assumida de ser uma bênção na vida do companheiro ou da companheira. De todas as maneiras.

O amor é paciente, o amor é bondoso.
Não arde em ciúmes, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

—    1 Coríntios 13.4-7 (NVI)

Num relacionamento onde amor assim for constantemente transmitido e recebido, ainda que imperfeitamente, seguindo as orientações dadas no texto acima por aquele que criou o ser humano, não importará se o casal esteja tatuado ou “aliançado”. As chances serão muito grandes de encontrarmos os dois juntos daqui a dois, cinco, dez, vinte-e-cinco, trinta-e-seis e até cinqüenta ou sessenta anos.

Ainda falaremos mais sobre o como
Abs, Betty

Um Comentário a “Companheirismo no Casamento (5)”

  1. Meu Deus, seu blog é uma maravilha!

    Estou alegre com tanto material cheio de bom senso para ler…

    Parabéns pelo blog!

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